Seminário: Painel debate educação para o mercado de trabalho
O projeto Trilhas de Aprendizagem está na primeira edição e surgiu em uma parceria do Senai com a Secretaria de Educação de Novo Hamburgo. A proposta envolve estudantes da educação básica e da EJA da rede de ensino municipal em oficinas, visitas e desafios que desenvolvem o autoconhecimento, o interesse pela carreira e as competências necessárias à integração criativa e crítica ao mercado de trabalho.
Adriane Brevia fundamenta o ensino baseado em competências nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular. Nesse formato, não se objetiva o “ensino de conhecimentos pelo conhecimento”, afirma. “Quando trabalhamos com competências, nós mobilizamos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas do cotidiano.” Essa prática resulta em uma formação integral, com uma perspectiva multidisciplinar. “Esse compromisso é da educação básica. Dar toda a fundamentação para que depois a pessoa possa se especializar naquilo que ela escolher.”
Entre as dificuldades enfrentadas pelos jovens na busca por qualificação, está a falta de apoio familiar, de recursos para transporte e de informação, conforme apontou Alexandre Costa. “Além disso, por falta de orientação, as pessoas desempregadas não sabem o que fazer, onde fazer, como fazer… e ficam no limbo."
Segundo o coordenador técnico do Senai, o objetivo do projeto Trilhas de Aprendizagem é apresentar outra perspectiva de futuro para os jovens que, muitas vezes, só conhecem a realidade do próprio bairro e escola. “Queremos mostrar, na prática, que é possível associar uma atividade laboral à educação e à tecnologia”, disse. Com auxílio da Prefeitura, são fornecidos aos estudantes transporte coletivo e alimentação para as atividades.
Sem focar em uma formação específica, o Trilhas de Aprendizagem aborda temas como “Preparação para o mundo do trabalho”, que visa ao autoconhecimento dos jovens, “Elétrica Predial”, que busca estimular, com montagem de circuitos, conhecimentos de física, matemática, desenho e psicomotoras, e, para a EJA, há também atividades voltadas a conhecer o mercado de trabalho do calçado. "É para dar um rumo, para entenderem que o mercado vai precisar deles, e eles precisam estar preparados. Mas não só isso. É para que eles encontrem o que gostam”.
Leia também: - Seminário quer diagnosticar possibilidades para empresas e trabalhadores
- Painel revela que jovens estão mais escolarizados, mas remuneração não acompanha a alta
- 40 milhões de vagas esperam trabalhadores em todo o mundo
- Seminário encerra ciclo de palestras com foco no empreendedorismo
- Conclusão do seminário reforça o papel da educação na retomada do desenvolvimento econômico
Em interação com o público presente, foram discutidos também outros gargalos na educação profissional e no ingresso no mercado de trabalho, como a comunicação e publicidade das iniciativas gratuitas e o desinteresse de jovens por trabalhos repetitivos, sem necessidade de qualificação, como colar solados de sapato, por exemplo.
Em resposta ao tema do desinteresse, Alexandre afirmou que a ideia do projeto é, também, instigar os alunos a pensarem em etapas. “Talvez, sim, eles comecem passando cola na sola do calçado. Mas, talvez, para automatizar isso, nada melhor do que conhecer o processo por dentro. Então, nós colocamos para eles todos os dias a importância de subir degrau por degrau. De construir sua carreira, de trilhar sua carreira."
Ao final, Adriane trouxe um dado socioeconômico e fez um convite. “87% dos MEIs não têm ensino fundamental completo”, disse. “As EJAs da Boa Saúde, do Loteamento Kephas, Rondônia, Santo Afonso e Canudos estão todas prontas para acolher as pessoas para a conclusão do ensino fundamental.”
4º Seminário de Desenvolvimento Econômico
O Seminário de Desenvolvimento Econômico de Novo Hamburgo teve sua primeira edição ainda na última legislatura, em 2018. A boa recepção entre as entidades parceiras e a comunidade levou a Câmara a formalizar, no ano passado, a inclusão do evento no Calendário Oficial do Município. A aprovação da Lei nº 3.286/2021 consolidou sua realização de forma anual, periodicidade que já vinha sendo respeitada (à exceção de 2020, devido ao auge da pandemia).
A quarta edição do seminário foi construída em torno da temática “Mundo do trabalho e juventudes: desafios e oportunidades sob a ótica dos empresários e dos jovens”. Liderada pela Câmara, por meio da Escola do Legislativo, a organização coletiva do evento teve o apoio de 19 instituições parceiras, entre poder público, entidades representativas, estabelecimentos de ensino e empresas. Conheça todos os participantes:
- Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal);
- Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI NH/CB/EV);
- Câmara de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo (CDL-NH);
- Cigam;
- Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio dos Sinos (Consinos);
- Ftec Faculdades;
- Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha;
- Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC);
- Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH);
- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul);
- Instituto Senai de Tecnologia em Calçado e Logística;
- Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção Novo Hamburgo (OAB/NH);
- Prefeitura de Novo Hamburgo;
- Revo Próteses Ortopédicas;
- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae);
- Swan Hotéis;
- Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos);
- Universidade Feevale;
- Universidade La Salle.
* Texto de Rodrigo Westphalen, estagiário de jornalismo da Gerência de Comunicação Social da Câmara de Novo Hamburgo.
Confira na íntegra os painéis da tarde no YouTube da TV Câmara NH: