Câmara presta homenagem aos 40 anos da Liga Feminina de Combate ao Câncer
Criada em 27 de setembro de 1984, a Liga Feminina surge como um núcleo da entidade homônima com sede em Porto Alegre. O crescimento ao longo dos anos seguintes, com o aumento do número de mulheres engajadas e o alto volume de demandas, levou a instituição a adquirir personalidade jurídica própria em 2001. Hoje, os serviços prestados pelos cerca de 50 voluntários beneficiam mais de 500 pacientes de baixa renda. Com sede no bairro Rio Branco, a entidade fornece apoio jurídico e atendimento contínuo nas áreas de assistência social, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição e psicologia.
“A Liga é muito importante para a cidade e para as tantas pessoas que atende, fazendo a diferença por meio do carinho e do amor. É um trabalho ímpar”, resumiu Felipe. “A Liga existe há 40 anos com a finalidade e missão de amenizar a dor e ajudar esses pacientes, homens e mulheres de baixa renda e moradores de Novo Hamburgo. Auxiliamos com rancho, medicação, fraldas, psicólogos, nutricionistas e oficinas de canto a arteterapia. Quem não conhece, venha nos visitar”, destacou a diretora-executiva da Liga, Regina Dau, que cantou o hino da entidade ao lado de um coral formado por pacientes e voluntários.
Tratamento oncológico em Novo Hamburgo
Além das homenagens ao trabalho assistencial prestado, os discursos proferidos pelos vereadores também atentaram para a principal luta encabeçada pela Liga atualmente: a retomada dos tratamentos oncológicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Novo Hamburgo. Desde maio de 2022, a referência para a especialidade na região foi transferida para a cidade de Taquara. Após uma série de tentativas frustradas de impedir a mudança, pensou-se em uma nova solução, trazendo a estrutura para o novo Anexo 2 do Hospital Municipal, cujas obras deveriam ser entregues ao final deste ano. No entanto, os serviços foram recentemente interrompidos, após o encerramento do contrato com a antiga construtora.
“A meu ver, a perda do tratamento oncológico foi o pior capítulo desta gestão, resultado da falta de sensibilidade de pessoas da Prefeitura. Esperamos que essa situação se modifique. Não temos dúvidas de que o melhor é termos o tratamento em Novo Hamburgo, somado ao cuidado e carinho destas mulheres sentadas aqui no plenário e de tantas outras que estão ao lado de vocês”, frisou Felipe.
“Há dois anos, enchemos esta Casa e nos manifestamos publicamente contra a perda da oncologia SUS, justamente os pacientes que atendemos. Não poderíamos nos calar. São pessoas em sofrimento, sem recursos, jogadas de um lado para o outro, tendo que ir a Taquara lutar pela própria vida. Participamos de audiências públicas e fomos até o governador e o Ministério da Saúde. Não conseguimos reverter o quadro, mas jamais paramos de atender. Pelo contrário, passamos a atender muito mais. De 900 pacientes indo ao Paranhana, hoje já são mais de 2 mil. E Taquara não comporta mais. Precisamos que o poder público assuma esta bandeira que não é da Liga, mas da cidade de Novo Hamburgo”, sublinhou Regina.
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Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara (Codir), Enio Brizola (PT) classificou a atual situação como um momento de “resistência ao desumanismo”. “Tenho certeza de que o tratamento oncológico voltará a Novo Hamburgo, porque não há mal que dure para sempre. E é a Liga que inspira essa resistência. É por causa dela que, hoje, essa questão fará parte dos programas de governo dos candidatos a prefeito. Isso é uma conquista da Liga e uma esperança para a cidade”, afirmou. “São mulheres guerreiras que não abrirão mão até verem uma solução digna para o tratamento das vítimas do câncer”, colaborou Lourdes Valim (Republicanos), secretária da Codir.
Presidente da Comissão de Saúde, Raizer Ferreira (PSDB) acompanhou de perto o andamento das obras do Anexo 2. “É muito difícil fazer o tratamento tão distante de seus próximos. Precisamos que a oncologia retorne a Novo Hamburgo. Há três semanas, estive no Anexo 2, que não sairá mais neste governo. Desejo que a obra aconteça e que tenhamos esse espaço físico, para que o serviço possa voltar ao município e atender seus mais de 2 mil pacientes. Peço que a Liga não desista e comemore outros 40 anos de cuidados com a nossa cidade”, suplicou.
Inspetor Luz (PP) deu sequência à manifestação de seu colega. “Não podemos perder o tratamento para Taquara. É uma locomoção difícil e dolorosa. Esperamos que isso seja resolvido e que a oncologia retorne a Novo Hamburgo, o que é de suma importância tanto para as pessoas que sofrem com a doença quanto para quem as ajuda. Espero que o próximo prefeito tenha sensibilidade e busque uma solução para ontem”, advertiu.
Os vereadores Cristiano Coller (PP) e Tita (PSDB) também fizeram uso da tribuna e enalteceram o trabalho realizado ao longo das últimas quatro décadas. “É impossível mensurar o impacto positivo que cada voluntária e colaboradora da Liga teve na vida de tantas pessoas. Um trabalho altruísta que reflete os mais nobres valores de compaixão e dedicação ao próximo. Parabenizo todos que fizeram e fazem parte desta história de lutas e conquistas. Que os próximos anos sejam ainda mais promissores, repletos de vitórias e avanços na batalha contra o câncer”, enfatizou Coller.
“São 40 anos de um trabalho incrível, maravilhoso e voluntário, promovendo a saúde e oferecendo assistência, cuidado e apoio emocional a todos que enfrentam essa doença. Faltam palavras para mencionar a importância do trabalho que vocês fazem. É muito amor e dedicação a pacientes e familiares. Sigam sempre combatendo e levando informações e apoio a toda a comunidade”, finalizou Tita.