Liga Feminina de Combate ao Câncer deve retornar à tribuna da Câmara no dia 10

por Luís Francisco Caselani última modificação 27/04/2023 14h07
27/04/2023 – Em abril do ano passado, a Liga Feminina de Combate ao Câncer pintou de rosa o Plenário da Câmara para defender a permanência do atendimento oncológico pelo SUS em Novo Hamburgo. O apelo se somou a um movimento já iniciado pelos vereadores na tentativa de manter o Hospital Regina como referência para a região. Os esforços, contudo, não foram suficientes. No mês seguinte, os atendimentos foram transferidos para Taquara. Quase um ano depois, a Liga quer retomar a discussão junto à sociedade hamburguense. Para viabilizar um espaço de debate, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara (Codir) decidiu convidar a entidade para a sessão plenária de 10 de maio. O requerimento deve ser formalizado nos próximos dias.
Liga Feminina de Combate ao Câncer deve retornar à tribuna da Câmara no dia 10

Foto: Daniele Souza/Arquivo CMNH | Fotos abaixo: Josyane Cardozo/CMNH

O colegiado confirmou o interesse em reabrir a discussão durante reunião no início da tarde desta quarta-feira, 26. O presidente do grupo, Enio Brizola (PT), e a secretária Lourdes Valim (Republicanos) salientaram a importância de buscar a melhor situação possível para os pacientes que convivem diariamente com a luta contra o câncer. Em março, os dois vereadores, junto à relatora Tita (PSDB), visitaram o Hospital Bom Jesus, em Taquara, para acompanhar o trabalho realizado pela nova referência e conversar com os cidadãos que se deslocam ao Vale do Paranhana para a continuidade de seus tratamentos.

A reunião desta quarta, que contou ainda com a presença do vereador Felipe Kuhn Braun (PP), teve início com a leitura de um documento encaminhado pela Liga de Combate ao Câncer. No texto, a instituição lamenta a perda de “um dos melhores serviços de oncologia do estado” e menciona queixas quanto à demora na marcação de exames e procedimentos cirúrgicos. “Os pacientes mostram-se angustiados devido aos riscos de metástases e pelo medo de agravamento da doença”, afirma o manifesto.

Outras reclamações em relação ao serviço prestado em Taquara incluem a descentralização de exames, com a necessidade de deslocamento para outras cidades, a falta de local apropriado para espera e dificuldades provocadas pelos fluxos internos do hospital. O principal ponto, contudo, ainda é a questão da distância percorrida em busca do atendimento. “A van que os transporta recolhe cada paciente em sua moradia, levando para isso em torno de duas horas, mais o trajeto de uma hora até Taquara. Após, devem aguardar todos os pacientes terminarem as consultas para retornarem juntos. Essa logística consome dos pacientes em torno de nove horas, em média. Pacientes estes que, muitas vezes, estão bastante debilitados”, destaca o documento.

Ao final do texto, a entidade questiona o que foi feito nos últimos meses para recuperar a referência em oncologia e lembra a promessa de instalação da especialidade no Anexo 2 do Hospital Municipal dentro de dois anos. “Como está essa obra e sua previsão?”, indaga a Liga.

Brizola salientou que os relatos trazidos pela instituição coincidem com o que a comissão pôde verificar durante a vistoria realizada em março. Antes da discussão em plenário no dia 10, o grupo pretende ainda visitar as obras do Anexo 2 para acompanhar o andamento dos serviços. Outra ação que será encaminhada em breve pelo colegiado é o agendamento de conversa com o Ministério da Saúde para buscar uma nova solução para o tema.

O que são as comissões?

A Câmara conta com oito comissões permanentes, cada uma composta por três vereadores. Essas comissões analisam as proposições que tramitam pelo Legislativo. Também promovem estudos, pesquisas e investigações sobre temas de interesse público. A Lei Orgânica Municipal assegura aos representantes de entidades da sociedade civil o direito de participar das reuniões das comissões da Casa, podendo questionar seus integrantes. A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Defesa do Consumidor se reúne às segundas-feiras, a partir das 15h30, na sala Sandra Hack, no quarto andar do Palácio 5 de Abril.