Inclusão de pessoas com Down ainda está longe do ideal, afirma presidente da Afad-21
Mãe de um adolescente com a alteração genética, Aline destacou os avanços na inclusão das pessoas com a trissomia do 21, mas ponderou que ainda há um longo caminho a ser percorrido. “Utilizamos muito a data para passarmos informações sobre as pessoas com síndrome de Down. Elas não são doentes, elas são capazes. Além de lutar pela inclusão, pedimos que eles sejam respeitados e aceitos. Eles são cidadãos como quaisquer outros, com seu próprio pensamento. Eles podem trabalhar, estudar, namorar. Eles são capazes de tudo o que quiserem. A inclusão já caminhou muito, mas a passos lentos. Ainda está longe do ideal”, declarou a presidente.
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Aline também aproveitou o espaço para abrir as portas da entidade a todas as famílias. “Quando nasce um bebê com síndrome de Down, as pessoas ficam muito perdidas. As famílias não sabem para onde correr. O ideal é que elas nos procurem, conheçam e convivam com outras pessoas, para que vejam as possibilidades que seus filhos têm”, esclareceu. A sede da Afad-21 está localizada na rua Gomes Jardim, 235, no Centro de Novo Hamburgo.
Semana de conscientização
Desde 2018, Novo Hamburgo conta com o Programa de Orientação sobre Síndrome de Down. A iniciativa prevê ações transdisciplinares do poder público, em parceria com a sociedade civil organizada, voltadas para o combate ao preconceito e para a educação, qualidade de vida, trabalho e apoio às pessoas com a síndrome, bem como a seus familiares, educadores e agentes de saúde. A mesma lei que criou o programa também oficializou uma semana de conscientização sobre a alteração genética, com início sempre em 21 de março, já reconhecido à época como o Dia Internacional da Síndrome de Down.
No ano passado, a Câmara também aprovou a inclusão de campanha alusiva à conscientização sobre a trissomia do 21 em seu Calendário Pró-Saúde. As ações são realizadas no mês de março. Autor da proposta e do convite à presidente da Afad-21, o vereador Raizer Ferreira enalteceu o trabalho realizado pela associação e falou sobre a importância das datas de conscientização. “Cada vez temos nos tornado uma sociedade mais inclusiva, a partir de dias e momentos como este. A nossa cultura deve absorver, e não excluir”, definiu o vereador.
Felipe Kuhn Braun (PP) e Ricardo Ritter, o Ica (PSDB), reconheceram os desafios enfrentados pelas pessoas com Down, mas ressaltaram as conquistas advindas do trabalho de apoio às famílias e de sensibilização da sociedade. “Temos visto cada vez mais pessoas com síndrome de Down inseridas no mercado de trabalho, e muito disso se deve ao trabalho das entidades”, frisou Ica.
Enio Brizola (PT) relatou a convivência de sua família com uma pessoa com a trissomia. “De fato ela é única. Sem ela, faltam o carisma, a alegria e a grande demonstração de inteligência que elas nos dá, com suas habilidades para a cultura, dança e musicalidade. É importante chamar a atenção para a quebra de preconceitos, que ainda são muito grandes, e para a criação de políticas públicas de apoio. Os avanços conquistados pelas pessoas com síndrome de Down aconteceram porque as entidades e os pais lutaram muito para que haja inclusão”, enfatizou o vereador. “O que falta ainda é um olhar maior dos órgãos públicos para essas instituições”, colaborou Sergio Hanich (MDB).
Vitalidade
Em agosto do ano passado, o programa Vitalidade, da TV Câmara, conversou com membros da Afad-21 sobre os desafios e as conquistas das pessoas com síndrome de Down e de suas famílias. A entrevista está disponível no canal da emissora no YouTube: