Gustavo Finck é o primeiro prefeito hamburguense eleito durante o mandato de vereador

por Luís Francisco Caselani última modificação 07/10/2024 21h09
07/10/2024 – Pela primeira vez em sua história, Novo Hamburgo elegeu um vereador para o cargo de prefeito. Com 63.038 votos conquistados no último domingo, 6, Gustavo Finck (PP) deixará sua cadeira na Câmara diretamente para o comando do Executivo e da cidade onde nasceu. Para isso, terá ao seu lado o vice-prefeito Gerson Haas (PL). A dupla arrematou 53,3% dos votos válidos e abriu uma diferença de mais de 40 mil votos em relação ao segundo colocado, Tarcísio Zimmermann (PDT).
Gustavo Finck é o primeiro prefeito hamburguense eleito durante o mandato de vereador

Foto: Maíra Kiefer/CMNH

Durante sua passagem no Legislativo, Gustavo Finck foi uma das principais lideranças na oposição ao governo Fátima Daudt. Autor de 42 projetos de lei, dos quais apenas oito foram sancionados, Finck foi membro de quatro comissões permanentes e de outras nove comissões especiais, com destaque para sua atuação nos colegiados criados para trabalhar a desburocratização do serviço público municipal e discutir a revisão do Plano Diretor.

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Eleição majoritária

Dos 179.306 eleitores hamburguenses, 128.574 compareceram às urnas. Desses, 118.227 depositaram sua confiança em um dos cinco candidatos ao Executivo, 4.268 optaram por anular a votação e outros 6.079 decidiram votar em branco. Além de Gustavo Finck, o vereador Raizer Ferreira (PSDB) também participou da disputa, terminando na quinta colocação, com 7.684 votos (6,5%). Entre eles ficaram Tarcísio Zimmermann, com 22.471 votos (19%), Tânia da Silva (MDB), com 16.527 (14%), e o ex-vereador Fufa (PT), lembrado por 8.507 cidadãos (7,2%).

Aos 44 anos, Gustavo Finck assumirá o Executivo no próximo dia 1º de janeiro, horas após encerrar seu mandato como parlamentar. Além da larga diferença para seus concorrentes, a votação do último domingo também evidencia a rápida ascensão de sua curta carreira política. Filho do ex-presidente da Câmara Carlos Finck, Gustavo foi candidato a vice-prefeito em 2016 e, quatro anos mais tarde, conduzido ao mandato de vereador com o menor endosso popular entre os parlamentares eleitos. Na ocasião, seu número foi digitado por 1.403 hamburguenses, a 21ª votação considerando todos os postulantes ao cargo. Neste domingo, seu nome apareceu nas urnas 45 vezes mais.

Prefeitos vereadores

Entre todos os prefeitos de Novo Hamburgo eleitos desde 1927, apenas seis também ocuparam bancadas na Câmara. Nenhum deles, no entanto, saiu do Legislativo diretamente para o Executivo. Leopoldo Petry e Atalíbio Foscarini foram prefeitos anos antes de se elegerem vereadores. Já Níveo Friedrich, Alceu Mosmann, Eugênio Nelson Ritzel e Jair Foscarini fizeram o mesmo caminho de Finck, mas com hiatos entre seus mandatos.

O que esperar?

Em entrevista à TV Câmara em setembro, no CN Eleições 2024, Gustavo Finck apontou dificuldades no orçamento público e explanou como pretende regularizar as finanças de Novo Hamburgo. “Vamos ter que cortar na própria carne para fazer os investimentos necessários ao município e trazer dinheiro novo. Dinheiro novo se faz com coragem, com ousadia e com entendimento de gestão pública, além de parcerias público-privadas para fazer investimentos em todas as áreas”, ponderou. Na ocasião, ainda postulante ao cargo, afirmou que seria um prefeito atuante, com diálogo aberto com todos os vereadores e a comunidade.

Questionado sobre a atualização do Plano Diretor, o progressista garantiu que não haverá entraves para a liberação de obras na cidade. “Vamos ter pujança de construção em Novo Hamburgo, respeitando o meio ambiente, as áreas sociais, culturais e históricas do nosso município”, enfatizou, citando a atual demora em licenças na Secretaria de Meio Ambiente.

Em relação ao funcionalismo, Finck disse ter sido um vereador combativo na defesa dos municipários e prometeu fazer uma auditoria no Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (Ipasem). “Vamos ser transparentes com os sindicatos, com os funcionários e também com a comunidade. Mostrar o que está acontecendo e o que aconteceu no passado. Não queremos achar culpados, mas buscar soluções coletivas para o futuro.”

Reveja a entrevista na íntegra:

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