Faturas da Comusa poderão estimular denúncias de violência doméstica

por Jaime Freitas última modificação 13/06/2022 23h41
13/06/2022 – A Câmara de Novo Hamburgo aprovou por unanimidade nesta segunda-feira, 13, em primeira votação, o Substitutivo nº 2/2022, apresentado pela vereadora Tita (PSDB). O texto obriga a Comusa a divulgar em suas contas de água os números de telefone destinados ao atendimento, suporte e orientação a mulheres submetidas a situações de violência e privação de direitos. Apesar da aprovação unânime, a matéria ainda passará por nova discussão nesta quarta, 15, antes do envio para avaliação do Executivo.
Faturas da Comusa poderão estimular denúncias de violência doméstica

Foto: Maíra Kiefer/CMNH

Responsável pela condução da Procuradoria Especial da Mulher desde 2019, Tita ressalta que o crescimento dos índices de violência durante o período de pandemia e reclusão social demanda a ampliação das campanhas de incentivo à prática da denúncia. “Apesar de essas informações serem bastante difundidas nos meios de comunicação atuais, ainda há o desconhecimento da ampla variedade de serviços ofertados pelo município. Sabemos que a convivência mais próxima dos agressores no período de isolamento social corroborou para o aumento dos casos de feminicídio e de agressão doméstica em todas as suas formas, mas também se percebeu uma considerável diminuição na procura pela delegacia, que pode estar associada às medidas tomadas para conter a pandemia. Infelizmente, casos de violência doméstica já são, de fato, marcados pela subnotificação”, lamenta a vereadora.

Conforme o Substitutivo nº 2/2022, a Comusa deverá divulgar os números de emergência em suas faturas de consumo ao menos uma vez por ano. O material gráfico, opcionalmente desenvolvido em parceria com órgãos especializados de atendimento à mulher, poderá incluir também o endereço de locais de acolhimento. Caso mantida a aprovação em plenário e sancionada pela prefeita Fátima Daudt, a norma entrará em vigor 90 dias após sua publicação.

Confira os telefones de contato no Anexo I do substitutivo:

 

Engajamento

A Câmara de Novo Hamburgo tem trabalhado nos últimos anos a valorização das mulheres e o enfrentamento às diferentes formas de violência de gênero. Em 2013, o Legislativo aprovou lei municipal obrigando a divulgação do Ligue 180 em diversos tipos de estabelecimentos comerciais e de serviços, estimulando a prática da denúncia e a busca por orientações sobre direitos. A Câmara também instituiu uma frente parlamentar pelo fim da violência contra as mulheres.

Na última legislatura, o Plenário aprovou a promoção de ações de combate ao machismo nas escolas municipais, a abordagem do assunto da violência contra a mulher na rede de ensino e a prevenção ao abuso sexual no transporte público. O passo mais contundente, no entanto, foi a criação da Procuradoria Especial da Mulher, espaço de apoio e acolhimento dentro do Legislativo. Inaugurada em 2018, a iniciativa, atualmente sob o comando da vereadora Tita, também tem atuado na realização de campanhas de conscientização e na congregação de órgãos e entidades vinculadas ao tema a partir da Rede Integrada Laço Lilás.

 

A aprovação em primeiro turno

Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.

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