Estudante apresenta projeto Apitando contra a Violência
Da tribuna, Sofia contou como surgiu a inspiração. “É um projeto social e de ajuda ao combate à violência doméstica, que consiste na entrega de apitos para as mulheres. Quando se sentirem ameaçadas, podem apitar”, explicou. Segundo a jovem, o instrumento quando utilizado chama a atenção de quem está a sua volta. “Na Segunda Guerra, as crianças recebiam um apito para que, em caso de bombardeios, apitassem se ficassem sob escombros”, contou. A estudante frisou que realizou ampla pesquisa sobre o tema e notou que os casos aumentaram em 2021. “Meu maior reconhecimento seria saber que a minha ideia pode salvar a vida de uma mulher”, apontou.
O presidente do Legislativo hamburguense, Raizer Ferreira (PSDB), parabenizou a jovem por, mesmo com tão pouca idade, já ter toda essa consciência e cuidado em relação às mulheres.
Felipe destacou o trabalho desenvolvido pelas vereadoras na Casa e pela estudante. Ele falou sobre a importância da Procuradoria Especial da Mulher e contou que foi um projeto da ex-vereadora Patrícia Beck, mas que começou a funcionar durante a sua gestão como presidente da Câmara em 2018.
Atual procuradora Especial da Mulher, Tita (PSDB) agradeceu pelo engajamento de Sofia. “Hoje eu luto muito junto aos vereadores e por meio da Procuradoria Especial da Mulher. E fico tão feliz em saber que uma jovem já está tão preocupada e trabalhando a favor de todas as mulheres. Esse respeito vem de casa. Amanhã, você tocará esse trabalho, e teremos um mundo melhor com mais adolescentes envolvidos. Com a tua ideia, estás cuidando de uma família toda. Temos de continuar lutando para o fim da violência, principalmente em relação às mulheres”, disse.
Lourdes Valim (Republicanos) ressaltou que quem investe em uma criança, investe no futuro do país. “Parabéns para a tua mãe, que é professora. Nós, mulheres, temos de nos unir. Tu és um exemplo de vida, pensando nos direitos e proteção das cidadãs”, falou. A vereadora também citou outras situações nas quais o apito também pode ser usado.
Enio Brizola (PT) reconheceu que o trabalho da jovem ajuda no combate à violência doméstica e ao machismo. “Ninguém nasce machista, mas se torna. Parabéns para a tua escola pelo trabalho realizado, abrindo espaço para além das questões científicas e por trazer outras demandas como a social. É muito importante esse debate dentro da escola. Erradicar a violência contra a mulher é uma pauta do mundo todo”, reconheceu.
No final da sua fala, Sofia Tatsch entregou às vereadoras, funcionárias e demais mulheres presentes no Plenário um apito e um folder. Além da questão do apitaço, ela reforçou mensagens como o telefone 180 – para denúncias. Ela lembrou que, quando precisar de ajuda, as mulheres podem ligar para a Polícia e pedir uma pizza, solicitar uma máscara roxa em uma farmácia ou fazer um “x” vermelho na mão, por exemplo.
Engajamento do Legislativo hamburguense
A Câmara de Novo Hamburgo tem trabalhado nos últimos anos a valorização das mulheres e o enfrentamento às diferentes formas de violência de gênero. Em 2013, o Legislativo aprovou lei municipal obrigando a divulgação do Ligue 180 em diversos tipos de estabelecimentos comerciais e de serviços, estimulando a prática da denúncia e a busca por orientações sobre direitos. A Câmara também instituiu uma frente parlamentar pelo fim da violência contra as mulheres.
Na última legislatura, o Plenário aprovou a promoção de ações de combate ao machismo nas escolas municipais, a abordagem do assunto da violência contra a mulher na rede de ensino e a prevenção ao abuso sexual no transporte público. O passo mais contundente, no entanto, foi a criação da Procuradoria Especial da Mulher, espaço de apoio e acolhimento dentro do Legislativo. Inaugurada em 2018, a iniciativa, atualmente sob o comando da vereadora Tita, também tem atuado na realização de campanhas de conscientização e na congregação de órgãos e entidades vinculadas ao tema a partir da Rede Integrada Laço Lilás.