Apresentação de Políticas Públicas abre Seminário de Desenvolvimento Econômico
O mediador do painel, Marco Copetti, destacou a importância da pauta para o desenvolvimento econômico da região. “É necessário pensar e desenvolver estratégias para enfrentar os desafios de uma agenda cada vez mais competitiva. Precisamos de novas diretrizes, de um desenvolvimento que remeta a sustentabilidade econômica. O certo é que o que nos trouxe até aqui não será o que vai nos levar para o futuro. Precisamos de novos caminhos”, alerta.
Enio Brizola, que também preside a Cofin na Câmara, afirmou que o debate é relevante no sentido de discutir o cenário econômico, tratando sobre a economia mundial, do Brasil, e seus reflexos sobre Novo Hamburgo. “Os debates iniciados hoje servem para a contextualização do cenário econômico e discutir o futuro da cidade”. Segundo o parlamentar, existe uma “preocupação coletiva” a partir de uma cidade que passa por um processo de desindustrialização. Nesse contexto, o seminário torna-se uma ferramenta para o descobrimento de novas cadeias produtivas e possíveis perspectivas para a indústria do calçado na cidade. “Sofremos um processo de desindustrialização muito violento. Nós, enquanto município, dependemos durante muito tempo de uma única cadeia produtiva, a coureiro calçadista. Com todos os impactos da globalização que esse setor sofreu, é importante discutirmos perspectivas da área para a cidade, o Estado e o País, na medida que várias partes do mundo passaram a produzir sapatos, inclusive com valor e design agregado”, relata.
O vereador ressaltou a necessidade de se estar cada vez mais conectados a novas tecnologias. “Elas são imprescindíveis. Vale lembrar que muitos dos fatores competitivos vêm do ambiente, que se torna a cada dia mais tecnológico”. Ele enalteceu a união de esforços em torno do seminário, lembrando que a atividade cumpre uma importante tarefa, que é a de contribuir para um crescimento permanente, visando a aproximação do centenário da cidade. “Somamos esforços para uma cidade que todos queremos e sonhamos. Como agentes públicos e políticos, somos cobrados por pautas cotidianas, como saúde, educação, segurança e habitação, mas precisamos pensar no crescimento econômico, pois sem ele é impossível atender essas demandas. Dentre as possibilidades de desenvolvimento econômico, sugerimos a criação de um consórcio municipal de desenvolvimento, prática experimentada em todo mundo. Pensamos também em uma agência municipal de desenvolvimento econômico, formando redes de parcerias com interesses comuns. Precisamos dar um maior apoio ao setor da economia solidária, em pesquisas e disponibilizar linhas de créditos a pequenos empreendedores, com extensão empresarial e gerencial. Outros caminhos são os condomínios empresariais, maior investimento nos setores moveleiro, têxtil e químico. O parlamento tem muito a contribuir. Queremos defender projetos que facilitem estratégias de desenvolvimento local. O progresso é resultado de um esforço coletivo”, finaliza.
Paraskevi Bessa-Rodrigues comentou os desafios que vem enfrentando na pasta desde o início da sua gestão, em janeiro de 2017. “Parte da recuperação econômica em nossa cidade vem de um esforço muito grande em renegociar e garantir recursos internacionais para projetos que estamos desenvolvendo, como a revitalização do Centro, da Praça do Imigrante e das vias no seu entorno, além das obras no Parcão e investimentos em Lombra Grande. Buscamos sempre novas parcerias, desenvolvemos processos contínuos de colaboração. Tomamos inciativas de forma articulada, com parceiros estratégicos para promoção da inovação. Buscamos fomentar a área de pesquisa e desenvolvimento por meio da incubadora da Feevale. Queremos ampliar nosso portfólio de apoio além do polo coureiro calçadista. Tudo isso passa por discussões como essa, que aqui realizamos”, relata.
A secretária destacou a reestruturação da Rede Simples e a importância da Sala do Empreendedor para pequeno e microempresário de Novo Hamburgo. O espaço atingiu a marca de mais de mil atendimentos/mês. “A Sala do Empreendedor é a concretização de que uma mudança de mentalidade na gestão pública resulta em propostas efetivas de crescimento. É o resultado para uma cidade que merece o melhor, que tem o empreendedorismo em seu DNA”, ressalta.
O secretário do Estado, Evandro Fontana, alertou que, para se criticar alguma coisa, é necessário antes conhecer o que está sendo feito. “Como secretário, vejo muita preocupação com apenas alguns setores da nossa economia, mas precisamos ampliar nossos horizontes. Não somos só um Estado de produção primária. Possuímos setores estratégicos e programas de fomentos que ajudam a ampliar a nossa matriz econômica”, alerta. Segundo Fontana, o ambiente de inovação no Rio Grande do Sul tem recebido impulso a cada ano através de um modelo que tem dado certo em diversos países: o da tríplice hélice. Estado, universidades e empresas se unem para promover o desenvolvimento através de ações coordenadas entre o poder público, a academia e o setor privado. Através de convênios financiados em boa parte com recursos públicos, o RS possui atualmente 27 polos tecnológicos, dezenas de incubadoras empresariais e 15 parques tecnológicos. São exemplos de estímulo ao empreendedorismo e à inovação através da criação de centenas de startups de base tecnológica nos últimos anos. De acordo com o secretário, um ecossistema favorável aos negócios depende de uma estrutura pública eficaz. “A Junta Comercial, Industrial e de Serviços, por exemplo, se modernizou, liberando a documentação para novos negócios num prazo de cinco dias. Até pouco tempo, a demora era de semanas ou meses. E para fomentar as vocações regionais, os Arranjos Produtivos Locais e Núcleos de Extensão Produtiva, os Parques e Polos Tecnológicos e as Incubadoras, em parceria com universidades, recebem recursos do Estado oriundos do Banco Mundial. Estes programas contribuem para que sejamos referência nacional em inovação. O Rio Grande do Sul é o segundo estado brasileiro no índice de inovação, atrás apenas de São Paulo, e o primeiro em registro de patentes e em densidade de doutores”, destaca.
Após a apresentação dos painelistas, foi aberto espaço para perguntas do público.
Na quinta-feira, 5, serão realizados dois painéis: o primeiro, às 8h, contará com a participação especial do economista da Unicamp-SP, Dr. Luiz Gonzaga Belluzzo, para debater “O Brasil no Cenário Econômico Mundial”. Após um intervalo com brunch, o tema das discussões será “O Desenvolvimento de Novo Hamburgo: realidade e perspectivas econômicas da cidade”. Também será realizado um painel de encerramento, com as principais considerações, conclusões e encaminhamentos do seminário.
O Seminário conta com a promoção da Abicalçados, ACI, Assintecal, Consinos, IBTeC, IENH, IFSul, Fundação Liberato, Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo, Sebrae. Quem apoia a iniciativa são o Instituto Liberato e a Universidade Feevale. A Realização é da Escola do Legislativo, Cofin, e Câmara Municipal de Novo Hamburgo.
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Seminário debate desenvolvimento econômico em Novo Hamburgo.