Em coletiva, Belluzzo defende fomento à tecnologia como alternativa para crise econômica
Como principal problema, o economista destacou a deterioração da matriz produtiva brasileira que vem ocorrendo ao longo dos anos. Enfatizou também a necessidade se mudar a mentalidade para que a economia não seja debatida apenas de forma teórica, e seja dessa forma replicada pela mídia, ficando muito distante do dia a dia dos cidadãos.
O professor defendeu uma alteração na estrutura tributária, lembrando que cerca de 55% da arrecadação vem de impostos indiretos. “Como esses impostos incidem sobre produtos e serviços, isso onera demais aqueles que recebem um salário mínimo, por exemplo.” O conferencista lembrou também que a sociedade está às vésperas de grandes transformações na indústria. “A chamada indústria 4.0 é um salto tecnológico que impacta diretamente no emprego e educação. Por isso, defendo o papel do Estado no fomento à tecnologia como uma das alternativas para a crise”, finalizou.
Luiz Gonzaga Belluzzo é formado em Direito e Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), é mestre em Desenvolvimento Econômico pela CEPAL/ILPES e doutor em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Entre 1974 e 1992, foi assessor econômico do Ministério da Fazenda, assumindo a Secretaria de Política Econômica e a chefia da Secretaria Especial de assuntos Econômicos do Governo Federal entre 1985 e 1990, e consultor pessoal de economia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atuou como professor da Universidade Estadual de Campinas de 1969 a 2001. Em 2000, fundou a Faculdade de Campinas, juntamente aos economistas João Manuel Cardoso de Mello, Liana Aureliano e Eduardo da Rocha Azevedo. Em 2001, foi incluído no Biographical Dictionary of Dissenting Economists entre os 100 maiores economistas heterodoxos do século XX.