Secretária nacional de Mulheres do MDB adere à luta por uma Casa da Mulher Brasileira em Novo Hamburgo
Próxima à ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, Kátia acredita que possa se somar à luta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim) e demais órgãos da Rede para que a cidade seja contemplada com esse local de atendimento humanizado às mulheres.
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Em visita ao estado, ela relatou que esteve com o governador em exercício, Gabriel Souza, que lhe relatou sobre o projeto Monitoramento do Agressor, no qual são instaladas tornozeleiras eletrônicas para evitar que eles se aproximem de vítimas amparadas por medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha. “Achei o projeto excelente, mas eu milito a política pública. A gente precisa ter a rede de atendimento à mulher, de acolhimento. Então, eu pedi ao governador que o Estado tenha mais casas de passagem para receber as vítimas, porque não adianta prender o agressor e deixar a mulher e os filhos desamparados. Até a Casa Brasileira chegar, precisamos fortalecer outros espaços de acolhimento que ofereçam também apoio especializado às crianças, como cuidado e reforço escolar.” Tita e Lourdes consideram também fundamental a capacitação dessas vítimas para se tornarem independentes financeiramente.
Kátia lembrou que, muitas vezes, as mulheres demoram anos para perceber que estão em um relacionamento abusivo. “Ela só se dá conta quando o companheiro chega às vias de fato. E a violência psicológica hoje é a que mais mata mulheres. Nós ficamos tão vulneráveis, tão sofridas, que acabamos em depressão. Muitas adoecem ou até cometem suicídio”, lamentou. Por isso, defendeu o fortalecimento das redes de apoio e a necessidade de se tratar o agressor, para que aquele homem não venha a agredir outras mulheres.
Ex-procuradora da Câmara, Tita relatou algumas das conquistas na sua gestão, como a criação da Sala das Margaridas. Trazendo a experiência do Rio de Janeiro, a partidária sugeriu a gravação dos depoimentos para que a cidadã não precise relatar novamente os abusos sofridos.
Integrante da Executiva do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, Kátia Lôbo acredita que é preciso transversalizar a política para que se possa avançar. “Nossa luta é árdua e, se a gente não trabalhar em rede, não vamos acabar com o extermínio de mulheres”, enfatizou. Ela divulgou também a recém-criada Ouvidoria da Mulher do MDB, instituída por meio de termo de cooperação técnica com o Instituto Justiça de Saia e voltada a todas.
Primeira negra a ocupar o cargo no partido, Kátia ressaltou a relevância de políticas públicas para a equidade. “25 de julho, Dia Nacional de Tereza de Benguela. Uma mulher que viveu à frente do seu tempo, líder no seu quilombo, que lutou por 20 anos contra a escravidão e pelo empoderamento das mulheres. E hoje, quando nós, mulheres negras, maior percentual da população e mantenedoras dos nossos lares, ainda não temos espaço, precisamos continuar lutando. Lugar de mulher é onde ela quiser, independentemente da sua cor, da sua raça e da sua ideologia.”
Sobre Novo Hamburgo, disse estar muito feliz em saber que a Câmara tem uma Procuradoria da Mulher. “Muitas cidades maiores não têm. E aqui temos apenas duas vereadoras que fazem esse trabalho. Pois, em briga de marido e mulher, o poder público é a colher”, finalizou.
Estiveram presentes no encontro a emedebista Adriana Selzer, secretária do Comdim, a vereadora suplente pelo MDB Andiara Zanella, a servidora responsável pela Procuradoria da Mulher, Carolyne Andersson, a estagiária Júlia Huhnfleisch e a coordenadora de gabinete da Tita, Alessandra da Rosa.