Procuradora da Mulher entrega à filha de Glacira Eli Santos da Silva homenagem do Parlamento
"Aquele que chegar pela porta de entrada da Câmara verá o nome de uma guerreira. Glacira era uma defensora da mulher. Lutava para que as coisas fossem diferentes, que fôssemos tratadas com igualdade. Ela tinha uma ânsia por isso, não podia esperar para amanhã. Ela plantou e precisava ver evoluir”, declarou Tita, que conhecia a ativista muito antes do reencontro nas reuniões da Rede Integrada Laço Lilás.
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Segundo Caroline, a mãe sempre buscava envolver a família em suas causas. “Hoje, recebendo essa homenagem, eu fico muito emocionada. Esse reconhecimento vai ficar nos nossos corações. Eu agradeço a todos aqueles que fizeram parte da vida dela”, falou em entrevista à TV Câmara NH. A filha confidenciou ainda que a realidade de Glacira em relação ao campo de atuação, à carreira, foi se modificando ao longo de sua trajetória. “Ela viveu muitos anos anulada como mulher. Quando ela se descobriu, foi para o trabalho, para a vida. E desde então, ela nunca mais parou”, mencionou a filha.
O ato foi acompanhado por Carolyne Andersson, servidora da Procuradoria da Mulher, e por Eduarda da Silva, presidente do Coletivo Elza Soares.
“Conheci a Glacira logo que ingressamos na Rede Lilás. Por diversas vezes, ela foi nos nossos eventos, com falas maravilhosas, de arrepiar”, contou Eduarda. Ela explicou que, pouco antes de morrer, Glacira auxiliou o grupo ao sugerir frases para camisetas. “Quando a gente trouxe (o material), ela já estava carequinha, mas feliz, nos dizendo que a luta pelas mulheres não poderia parar.” Com lágrimas nos olhos, Eduarda disse as últimas frases que ouviu de sua colega de mobilizações: “eu quero que guardem essa imagem de mim, de quem luta com vocês. A juventude é o nosso legado”.
Biografia
Natural de Ijuí, Glacira nasceu em 16 de junho de 1952. Em 1990, mudou-se com a família para Novo Hamburgo. Formada em Gestão de Recursos Humanos, prestou concurso público e atuou como secretária de escola. Com o passar dos anos, engajou-se na política. Trabalhou por um período como diretora de Recursos Humanos da Prefeitura, na Secretaria de Esporte e Lazer e à frente das presidências do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim) e, por último, do Conselho do Idoso. Quando foi criada a Rede Integrada Laço Lilás, em 2017, Glacira começou a participar ativamente dos encontros realizados na Câmara e das atividades propostas para divulgar o combate à violência de gênero.
Viúva, deixou três filhos – Caroline, Vander e Anderson – e quatro netos. “Ela adorava trabalhar pelas causas sociais, principalmente em benefício à mulher e ao idoso. Amava cantar no Coral, fazer o bem e não media esforços para batalhar por justiça. Adorava cuidar da família, principalmente dos netos; era uma mãe exemplar e uma avó sem igual, sempre querendo ajudar e agradar a todos”, apontou a primogênita.
Leia na íntegra: Resolução nº 1/2021
Veja o vídeo da homenagem: