Novo Hamburgo aprova data alusiva aos “heróis voluntários da enchente”
Autor da proposta, o vereador Joelson de Araújo (Republicanos) destaca o papel fundamental desenvolvido por esses cidadãos no enfrentamento à calamidade. “A enchente causou grandes danos, desabrigando milhares de moradores e tornando quase impossível a circulação pela cidade. No entanto, em meio ao caos, surgiram heróis anônimos que, deixando de lado suas vidas cotidianas, se uniram com um único objetivo: ajudar o próximo. Atuando por terra, água e ar, criaram um verdadeiro ecossistema de solidariedade, agindo com coragem e determinação para garantir que a ajuda chegasse a quem mais precisava”, relembra o parlamentar, que reforça a abnegação de todos os voluntários.
“Muitos enfrentaram longas jornadas de trabalho, com quase 12 horas diárias de dedicação, utilizando recursos próprios, superando o desgaste físico e emocional, e enfrentando noites sem descanso. O trabalho incansável dessas pessoas foi um exemplo de humanidade e solidariedade, refletindo a capacidade de nossa comunidade em se unir em momentos de dificuldade”, acrescenta. “Não existiu partido político, religião nem nada que dividisse a comunidade. O povo se uniu em um só propósito: fazer o bem para o outro. Mostramos que podemos, sim, abraçar qualquer causa e promovermos as mudanças que quisermos, desde que trabalhemos unidos”, reforçou o vereador em manifestação na tribuna.
Apesar da aprovação unânime em primeiro turno, o Projeto de Lei nº 34/2025 ainda passará por nova votação na próxima segunda-feira, 14, antes de seguir para avaliação do Executivo. A expectativa do autor é de que a sanção ocorra dentro do mês de abril, a fim de assegurar a comemoração da data ainda este ano.
Contribuições
Antes da votação, diversos vereadores se manifestaram e relembraram diferentes núcleos voluntários com os quais se envolveram. “Nada mais justo do que a casa do povo reconhecer a solidariedade da comunidade hamburguense”, frisou o veterano Ito Luciano (Podemos), já em seu sétimo mandato parlamentar. “Milhares de pessoas tiveram suas casas, vidas e memórias devastadas pelas águas. Naquele momento, não houve direita e esquerda, todo mundo se ajudou. Não devemos nunca esquecer essa data”, opinou Giovani Caju (PP).
“Essa catástrofe não escolheu credo, cor ou origem. Ela está na memória de quem sofreu, e ainda hoje sentimos sua repercussão na nossa cidade. Mas é importante lembrarmos todos aqueles que se uniram para amenizar a dor e fazer aquilo que o poder público não estava preparado para fazer”, colaborou Professora Luciana Martins (PT). “Foi um momento muito difícil para a nossa cidade. Todos unimos forças para ajudar aqueles que sequer conhecíamos. Todos sofremos com essa situação”, recordou Daia Hanich (MDB).
“Foi o povo pelo povo”, resumiu Deza Guerreiro (PP). “Pediria que esse dia também fosse uma forma de homenagear os protetores que abriram mão de suas vidas para cuidar dos animais. Muitas pessoas passavam 24 horas do dia dentro de abrigos, e ainda hoje existem voluntários que permanecem com animais da enchente”, pontuou a vereadora. “Parabenizo a todos que estiveram envolvidos e lutaram em prol da nossa cidade e da nossa população”, acrescentou Juliano Souto (PL).
Ricardo Ritter – Ica (MDB) fez questão de lembrar também o apoio vindo de outros estados e mencionou contribuição feita pelo ex-vereador Antônio Zacarias, que ocupou as bancadas da Câmara entre 2001 e 2004. “Lá de Manaus, ele enviou R$ 4 mil, valor que utilizei para a aquisição de mantimentos para muitos atingidos”, contou. O presidente da Câmara, Cristiano Coller (PP), direcionou sua fala a cidadãos presentes no plenário que atuaram na produção de quase 72 mil marmitas durante o mês de maio de 2024. “Pessoas que abriram mão de suas vidas, famílias e amigos para estarem ali”, concluiu.
A aprovação em primeiro turno
Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.