Moradores do bairro Santo Afonso cobram diálogo com o poder público
Gerente da cooperativa Coobasa, Márcia alerta para a necessidade urgente de distribuição de cestas básicas, o rápido cadastramento das ruas afetadas para o acesso a programas federais, a isenção de IPTU ao menos até o final do ano e a retirada da água que ainda impede o retorno de muitas famílias às suas casas. “São dúvidas que estão surgindo no dia a dia e para as quais precisamos da estrutura do Município. Estamos há 16 dias embaixo d’água. Hoje parece haver um movimento com bombas no local, mas o que aconteceu que até então ninguém tinha ido lá ajudar? Vemos a população com os barcos, mas não vemos um movimento do Município”, reprovou.
Márcia também exaltou a ausência de políticas habitacionais na cidade e pediu uma construção conjunta de soluções junto às cooperativas. “O Município tem terras. Por que não fazer loteamentos?”, questionou. Raizer Ferreira (PSDB) acolheu os pleitos trazidos e antecipou a dificuldade que será enfrentada pelos moradores no momento de retorno às suas residências. “Será um processo ainda muito mais complicado”, lamentou.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, Enio Brizola (PT) reiterou requerimentos encaminhados na última sessão para isentar a população atingida das cobranças de IPTU e taxas de abastecimento de água, iluminação pública, recolhimento de lixo e tratamento de esgoto, bem como a reedição do auxílio emergencial para vítimas da enchente, aos moldes do que foi feito no ano passado. “A prefeita deve muito mais que explicações; deve atitude. Ela precisa aproximar a estrutura do Município das pessoas que mais precisam neste momento. A questão da cesta básica e do acesso a produtos de limpeza é fundamental. Proponho que a Câmara crie uma comissão especial para acompanhar os moradores no diálogo com as esferas municipal, estadual e federal de poder”, sugeriu.
Cristiano Coller (PP) e Lourdes Valim (Republicanos) salientaram que os próprios vereadores têm dificuldade de orientar as pessoas devido à falta de respostas e informações. “Ligamos para os secretários, um passa para o outro e ninguém sabe de nada. Todo mundo batendo cabeça. Ninguém sabe o que está acontecendo. Um governo despreparado para qualquer tipo de ação. É até difícil de falar isso, mas não esperem agilidade deste governo”, corroborou Gustavo Finck (PP).