Comissão Especial da Oncologia constata instalações adequadas em Taquara e agenda reunião com a Secretaria Estadual da Saúde
O próximo passo do Legislativo para entender quais serão as alternativas em médio e longo prazo será estabelecer diálogo com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann. Uma reunião está programada para o final da tarde da próxima terça-feira, 10, em Porto Alegre. Segundo Brizola, além do encontro programado para ocorrer na semana que vem com a representante da pasta, a comissão especial planeja levar a pauta para a Assembleia Legislativa, para os deputados federais e senadores, e prosseguir com as averiguações do que está sendo adotado na cidade vizinha.
“Combinamos que daqui um mês eles (administração do Hospital Bom Jesus) irão na Câmara apresentar os relatórios desse primeiro momento de atenção aos nossos pacientes de Novo Hamburgo", informou Brizola sobre a sequência proposta pela Comissão Especial.
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Na chegada ao Hospital Bom Jesus, um taxista, cujo ponto localiza-se em frente ao local, mostrou aos vereadores vídeo de pacientes que haviam chegado de Novo Hamburgo durante a manhã e aguardavam em fila para ingressar na instituição de saúde. “A gente precisa entender que é uma exceção. Estamos em regime de mutirão e temos até o dia 26 de maio para atender todo mundo. Pode ser que haja algum tumulto. Marcamos as consultas com horário, mas vão descer 40 pacientes aqui. Vai ter uma fila para identificar, todos terão que estar de máscara e, muitas vezes, vêm acompanhantes juntos. Depois de maio, a roda vai andar sozinha”, sinalizou Ritter. Ele garantiu que um toldo deve ser construído para evitar que os pacientes fiquem expostos em dias de chuva. Segundo Andressa, o serviço já foi contratado; agora só falta o prazo de execução. Essa cobertura protegerá as pessoas desde a entrada da oncologia até o acesso à área de exames, trecho no qual os pacientes irão circular.
Conforme ele mostrou aos vereadores, há duas recepções com dimensões adequadas e bancos em uma área lateral. Ele informou aos presentes na vistoria que no próximo sábado estão programadas 74 consultas, sendo que apenas duas delas não são de cidadãos hamburguenses.
Sobre as expectativas quanto à qualidade dos serviços prestados na área, Murassutti revelou números que entusiasmaram a comitiva de Novo Hamburgo. “Nós, em um trabalho inicial em câncer, reduzimos a mortalidade em 40%. Como se atende com dinamismo, tivemos uma média de início de tratamento em 6,2 dias. Isso nem o Hospital de Clínicas faz; ninguém faz. Hoje nós temos aqui cinco médicos oncologistas, a grande maioria com formação fora do país. O nosso grupo é muito bom e vocês vão ver à medida que as pessoas forem sendo atendidas”, acrescentou.
Durante os esclarecimentos sobre o trabalho desempenhado, ele relatou que cirurgias represadas na área já começaram a ser realizadas na instituição. Ele citou que uma das pacientes, acometida por câncer de ovário e que aguardava procedimento cirúrgico, retirou um tumor com 19 quilos. A celeridade no atendimento é um dos principais argumentos apresentados aos representantes de Novo Hamburgo sobre os atendimentos prestados pela instituição.
"Vimos que o hospital tem uma boa estrutura técnica e administrativa. Constatamos bons equipamentos, com atualização tecnológica. Também percebemos uma boa higienização, organização dos espaços de permanência dos pacientes que aguardam cirurgia", fez um balanço o presidente do colegiado.
Pacientes de Novo Hamburgo
Na frente do hospital após o atendimento, pacientes hamburguenses relataram ter sido tranquilo o trajeto. Jonatha Mendonça, do bairro Primavera, fez sua primeira consulta na área oncológica nesta terça. A busca por um diagnóstico sobre uma úlcera gástrica teve início no posto de saúde em Novo Hamburgo e, após encaminhamentos, a investigação de sua enfermidade está sendo realizada em Taquara. “Eles me buscaram em casa, me falaram um horário e me ligaram antes de vir. Depois de 30 dias, voltarei aqui para ser reavaliado depois de fazer um exame e tomar um medicamento recomendado”, relatou Mendonça.
Morador do bairro Rondônia, Rudinei (não divulgou o sobrenome), de 51 anos, desde novembro vem sendo acompanhando por um médico urologista na rede pública de Novo Hamburgo. Dali em diante iniciou o tratamento no Hospital Regina e agora prosseguirá em Taquara. Segundo a esposa, na avaliação do novo médico, a medicação deve ser intensificada. Houve também indicação de radioterapia para iniciar em Porto Alegre ainda neste mês. O casal também considerou satisfatório o translado até à nova instituição de saúde credenciada.