Vereadores repudiam ataque de Roberto Jefferson a policiais federais

por Luís Francisco Caselani última modificação 31/10/2022 23h31
31/10/2022 – No último dia 23, agentes da Polícia Federal cumpriam mandado de prisão contra o ex-deputado Roberto Jefferson quando foram recebidos com tiros de fuzil e explosão de granadas, atiradas pelo ex-presidente do PTB. O caso ocorreu em sua residência na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. A ação armada do político foi criticada pelos vereadores de Novo Hamburgo, que aprovaram moção de repúdio ao ataque nesta segunda-feira, 31. O texto foi redigido por Raizer Ferreira (PSDB).
Vereadores repudiam ataque de Roberto Jefferson a policiais federais

Foto: Tatiane Lopes/CMNH

Jefferson cumpria prisão domiciliar desde janeiro. Após uma série de violações, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou sua volta ao regime fechado. Os policias cumpriam a ordem de prisão quando foram atacados. Dois agentes ficaram feridos. O ex-deputado se entregou oito horas depois. Ele foi indiciado por quatro tentativas de homicídio.

Os agentes de segurança precisam ser respeitados por todos para que a polícia seja cada vez mais efetiva no combate ao crime”, defende Raizer. “Nenhuma pessoa está acima da lei ou das autoridades já constituídas. No meu gabinete e nas minhas falas, faço de tudo para defender e exaltar a segurança pública”, complementou o parlamentar, que lembrou o investimento de R$ 300 mil assegurado pela Câmara a forças estaduais de segurança a partir de restrições orçamentárias conduzidas durante seu mandato como presidente da Casa.

Aprovada nesta segunda, a Moção nº 49/2022 será agora encaminhada ao diretório nacional do PTB. Além do vereador tucano, o documento leva também a assinatura do atual presidente da Câmara, Cristiano Coller, membro do partido do ex-deputado. Questionado sobre a decisão de subscrever a nota de repúdio, Coller foi sucinto. “Ele não me representa”, afirmou, antes de criticar ações do ex-mandatário da sigla que culminaram no fechamento dos diretórios municipais. “Nos próximos dias, o PTB, fundado por Getúlio Vargas em 1945, deixará de existir e se fundirá ao Patriota. Lamento e me entristece”, emendou.

Enio Brizola (PT) ressaltou que esse foi apenas um dos episódios recentes de ameaça à vida e à democracia no país. O vereador mencionou o caso da deputada paulista Carla Zambelli, que apontou uma arma para um cidadão que manifestou posicionamento político contrário; as abordagens da Polícia Rodoviária Federal que dificultaram o acesso de eleitores às urnas no último domingo, 30; e os bloqueios de rodovias em todo o Brasil após o resultado do pleito presidencial. “A Justiça tem de agir. Chega. Este país é democrático e precisa pacificar. É preciso aceitar o resultado das urnas. A moção é importante para registrar que esta Câmara tem posição a favor da vida e da democracia”, afirmou o parlamentar.

O que é uma moção?

A Câmara se manifesta sobre determinados assuntos – aplaudindo ou repudiando ações, por exemplo – por meio de moções. Esses documentos são apreciados em votação única e, caso sejam aprovados, cópias são enviadas às pessoas envolvidas. Por exemplo, uma moção louvando a apresentação de um projeto determinado no Senado pode ser enviada ao autor da proposição e ao presidente daquela casa legislativa.