TV Câmara - Defensora Pública alerta sobre abuso infantojuvenil e destaca a importância da denúncia

Segundo pesquisa realizada pela Unicef, 35 mil crianças e adolescentes de 0 a 19 anos foram mortos de forma violenta no país entre 2016 e 2020 – uma média de 7 mil por ano. Além disso, de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual – cerca de 45 mil por ano. Os dados foram revelados durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado ano passado, e que trouxe uma análise inédita dos boletins de ocorrência das 27 unidades da Federação.

A Defensora Pública explicou os tipos de violência que uma criança ou adolescente pode sofrer ao longo da vida. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), eles podem ser de cunho físico (agressões), verbais (ofensas e xingamentos) e também de natureza sexual. “Além de todos esses casos, a omissão (abandono, não prestar a assistência necessária) também é considerada uma forma de violência”, esclareceu.

Durante o programa, foi destacada a importância de campanhas que chamem a atenção para o problema e levem informações às pessoas, como o Maio Laranja, que propõe um debate sobre o tema. Deisi explica que alguém munido de conhecimento sobre situações ou possíveis sinais de violência é capaz de identificar e interferir em casos de abuso, e salienta que o cuidado e proteção para com uma criança ou adolescente é um dever não só da família, mas de toda a sociedade.

A defensora também aponta a necessidade de realizar a denúncia e de conhecer os canais pelos quais ela pode ser realizada. “Um dos exemplos é o Disque 100, ferramenta na qual o denunciante tem seu anonimato garantido. A denúncia pode ser realizada também em qualquer conselho tutelar, delegacia de polícia e, se necessário, até um policial que esteja fazendo patrulhamento pode ser abordado e acatará a acusação”, explicou.

A importância da escola para as crianças, não apenas no âmbito educativo, mas também no de proteção e cuidado, foi outro fator discutido no programa. “É no ambiente escolar que crianças e adolescentes estão mais protegidas e é deste espaço que partem a maior parte das denúncias sobre abuso sexual”, salientou.

Em relação aos sinais de que a criança ou adolescente transmite quando está sendo vítima de algum abuso, a defensora pública destaca a introspecção (vítima fica mais calada e antissocial), uso de linguajar inapropriado para a idade e também, por muitas vezes, a réplica da violência sofrida em outras crianças. “Esses são alguns dos sinais, porém são muitos os indicativos de que uma criança possa estar sendo violentada de alguma maneira, por isso é essencial o olhar atento de pessoas próximas”, afirmou a entrevistada.

Dados expostos no Fórum Brasileiro de Segurança Pública demonstram que a violência geralmente vem do próprio âmbito familiar e é praticada em sua maioria pelo gênero masculino. Deisi aponta que mulheres, apesar de não praticarem tanto o ato, por muitas vezes acabam sendo coniventes ou omissas em violências praticadas por seus parceiros e conhecidos. Isso ocorre, conforme ela, porque em muitos casos a própria mulher também é vítima de violência.

Assista ao programa na íntegra:

Vitalidade:

O Vitalidade é um programa sobre saúde, bem-estar, comportamento e qualidade de vida que vai ao ar pela TV Câmara, canal 16 da Claro/Net. Ele é apresentado pela jornalista Tatiane Lopes desde 2012. Sugestões de pauta podem ser enviadas para o e-mail tv@camaranh.rs.gov.br.

* Texto de Gabriela Castro, estagiária de jornalismo na Gerência de Comunicação Social da Câmara.