TV Câmara – Transtorno de Personalidade Borderline: diagnóstico, estigmas e caminhos para o tratamento
O assunto voltou aos holofotes após a repercussão de trechos da música “Borderline”, escrita pela cantora e compositora Maraisa e outros três autores, que viralizou nas redes sociais antes mesmo de seu lançamento oficial. Com versos polêmicos, a letra sofreu duras críticas por estigmatizar indivíduos com Borderline, associando o transtorno a relacionamentos tóxicos, comportamentos abusivos e desconsiderando a complexidade da condição e o sofrimento envolvido.
Durante a entrevista, o professor explica que o TPB é um transtorno crônico, caracterizado por instabilidade nos relacionamentos e comportamentos reativos. “A pessoa com Borderline tem uma sensibilidade muito grande ao medo de ruptura, o que pode gerar dificuldade em se relacionar com pessoas próximas”, explica. Marcus reforça que essa insegurança pode desencadear comportamentos impulsivos e alterações abruptas de humor, aspectos que, muitas vezes, são mal interpretados e geram ainda mais preconceito.
O especialista esclarece que o diagnóstico requer avaliação profissional, com a identificação de ao menos cinco dos nove sintomas descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), como instabilidade afetiva, mudanças de humor e de autoestima, impulsividade e comportamentos autodestrutivos. Esses sinais, muitas vezes confundidos com outros quadros do espectro, dificultam a identificação correta. “Não existe apenas um jeito de ser borderline”, ressalta.
Marcus reforça que o TPB não define a pessoa nem deve ser tratado como um rótulo. “Não é brincadeira ou algo que a pessoa tem controle sobre: é um reflexo da intensidade do sofrimento vivido”, pontua. Com apoio profissional, terapias específicas, como a Terapia Dialética-Comportamental (DBT) e, em alguns casos, medicação, é possível conquistar mais estabilidade e qualidade de vida.
O professor encerra a conversa ressaltando a importância do cuidado ao abordar o transtorno. Também destaca o papel fundamental de uma rede de apoio qualificada, que acolha e compreenda os limites e potencialidades de cada pessoa. “É fundamental que os parentes, amigos e colegas que convivem com alguém diagnosticado busquem entender a condição, em vez de julgar. A validação é fundamental, especialmente em momentos de crise”, destaca.
Vitalidade
O vitalidade é um programa sobre saúde, bem-estar, comportamento e qualidade de vida que vai ao ar pela TV Câmara, canal 16 da Claro. Ele é apresentado pela jornalista Tatiane Lopes e, em 2025, completa 13 anos no ar. Sugestões de pauta podem ser enviadas para o e-mail jornalistas@camaranh.rs.gov.br.
*Texto de Gabriela Panassal, estagiária de jornalismo na Gerência de Comunicação da Câmara.
Assista ao programa na íntegra: