Presidente do Sindicato dos Professores destaca importância da Mobilização Nacional pela Educação

por Jaime Freitas última modificação 17/03/2022 17h13
16/03/2020 – O Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo (SindProfNH), por meio de sua presidente, Luciana Andréia Martins, manifestou-se no Plenário Luis Oswaldo Bender na tarde de hoje sobre a Mobilização Nacional pela Educação. O convite partiu da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia (Coedu) da Câmara, via Requerimento nº 165/2022. O sindicato local participou do movimento nacional convocado pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) que acontece em todo o país nesta quarta-feira, 16. Os professores reivindicam melhorias pela defesa da valorização da categoria e do cumprimento do piso do magistério em todas as redes públicas.
Presidente do Sindicato dos Professores destaca importância da Mobilização Nacional pela Educação

Fotos: Moris Mozart Musskopf e Tatiane Lopes/CMNH

O presidente da Coedu, o vereador Felipe Kuhn Braun, foi o primeiro a se manifestar sobre o dia de mobilização da educação. "Esta é uma causa que nos une. O SindProfNH levou à Comissão de Educação várias pautas que nos preocupam, como parlamentares e cidadãos. Foram feitos vários apontamentos, mediante questionário enviado às escolas da nossa rede municipal. Dentre os problemas apontados, podemos destacar o fechamento de laboratórios e a alta rotatividade de professores", ilustrou o edil.

A presidente do Sindprofnh, Luciana Martins, explica que a orientação nacional para o dia de hoje foi de mobilização, mas cada município fez sua manifestação de acordo com as demandas nacionais e municipais. Em Novo Hamburgo, os professores da rede municipal de ensino paralisaram as atividades de classe e pela manhã fizeram um ato publico em frente à Prefeitura e que reuniu, segundo ela, mais de mil profissionais do ensino. Desde o início da tarde, houve uma concentração dos docentes, com carro de som, na Praça da Bandeira, localizada defronte à Câmara Municipal. Ainda estava prevista uma roda de conversa com o Movimento Emancipa, na Praça Punta Del Este, no final da tarde.

"Os principais motivos desta paralisação são a luta pela reposição salarial, a equiparação das carreiras dos professores de educação infantil e fundamental, a valorização dos planos de carreira, as contratações por concurso público e o fim da terceirização na educação", destacou Luciana. De acordo com a sindicalista, os trabalhadores da educação de Novo Hamburgo já acumulam perdas salariais de 21,24% nos últimos três anos. 

Além de pedirem o cumprimento do piso do magistério 2022 (R$ 3.845,63 e 1/3 de jornada extraclasse) em todas as redes escolares, os docentes exigem regulamentação do piso salarial dos profissionais da educação, valorização dos planos de carreira, contratações por concurso público e contra a terceirização na educação e revogação do “Novo Ensino Médio” excludente e de formação minimalista dos estudantes. Os profissionais também são contra a militarização escolar, o homeschooling (educação domiciliar) e a Lei da Mordaça (Escola sem Partido).

“É lamentável a situação da educação na nossa cidade. Faltam mais de 200 professores na rede municipal, a contratação emergencial não sai e enquanto isso os professores, que já estão sobrecarregados, tem que se desdobrar para atender todos os alunos. Realmente ninguém deixou de ser atendido, mas a que custo? E a saúde mental destes profissionais? Como se não bastasse, tem a questão da reposição salarial, que tem sido negada a estes servidores. É inaceitável", ressalta o vereador Brizola.

Em fevereiro, professores que passaram no concurso público do Edital 01/2019 começaram a ser chamados e já iniciaram o trabalho nas escolas. Todos os selecionados atuarão na educação básica e nos anos iniciais do ensino fundamental, no lugar de professores aposentados e exonerados. Conforme aponta a Prefeitura, a demora em chamar concursados se deve por conta da Lei Federal N° 173, de 2020, que impedia chamar concursados para novos cargos desde março daquele ano. Na última sexta-feira, 11, o município convocou mais uma turma de professores para tomar posse e entrar em exercício. Com cerca de 24 mil estudantes entre Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Rede Municipal de Ensino conta com 90 escolas e cinco espaços pedagógicos. Além disso, atuam cerca de 3 mil profissionais entre professores e funcionários.

Além do SindProfNH, estavam presentes no plenário sindicatos e entidades da região, como o Sindicato dos Professores Municipais de São Leopoldo (CEPROL), o 14º núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), Sindicato dos Municipários de Estância Velha (SIMEV), Sindicato dos Profissionais em Educação Municipal em Canoas (SINPROCAN), Sindicato dos Municipários de Esteio (SISME), a Rede Emancipa de Novo Hamburgo, entre outros.

Também na última sexta-feira, 11, a Coedu recebeu a visita da presidente e da vice-presidente do SindProfNH, as professoras Luciana Andréia Martins e Rosane Ines dos Santos de Moura. Na ocasião, as dirigentes sindicais entregaram um ofício que trata da falta de recursos humanos na Rede Municipal de Ensino aos componentes da Coedu, Felipe Kuhn Braun (Presinte/PP), Enio Brizola (Relator/PT) e Lourdes Valim (Secretária/Republicanos).

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