Sessão dupla encerra atividades da 17ª Legislatura de Novo Hamburgo
Durante o período, foram publicadas ainda 35 resoluções, 17 decretos legislativos e duas emendas à Lei Orgânica. As novas normas jurídicas foram o resultado de 527 projetos apresentados por vereadores titulares, suplentes e pela prefeita. As matérias foram discutidas ao longo de 322 sessões ordinárias e 21 extraordinárias. A Câmara ainda se reuniu em duas sessões comunitárias, 36 solenes e 22 audiências públicas.
Além do trabalho legislativo, os parlamentares também se dedicaram em ações fiscalizatórias do poder público municipal, estadual e federal, tanto em iniciativas individuais quanto em mobilizações pluripartidárias. Desde 2017, foram 143 moções e mais de 5,5 mil requerimentos e 20 mil indicações e pedidos de providências. O grande destaque, contudo, fica para a atuação das comissões permanentes e especiais, que ganharam força na atual legislatura com reuniões periódicas abertas ao público e saídas de campo.
Noite de despedidas
Dos 14 vereadores que compuseram o plenário nesta segunda-feira, seis não retornarão em 2021. Detentora de dois mandatos consecutivos e presidente do Legislativo em 2017, Patricia Beck (PP) optou por concorrer ao cargo de prefeita e deixará o posto que ocupou nos últimos oito anos. Emocionada, a vereadora subiu à tribuna e agradeceu a sua família e a sua equipe de trabalho pelo apoio e compreensão. “Não imaginei que o dia de hoje seria tão dolorido. Tenho o sentimento de que ainda tinha muita coisa para fazer aqui dentro. A vida é feita de etapas e acredito que cumpri uma etapa importante aqui. Sei que cometi erros, mas também tive muitos acertos”, rememorou.
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“Saio da Câmara com um sentimento de dever cumprido, de que honrei tanto o cidadão que votou em mim quanto, e principalmente, o que não votou. Por vezes, a luta pareceu inglória, mas valeu a pena. Jamais deixarei de ser a voz das tantas pessoas que me procuram. Meu maior agradecimento é à população de Novo Hamburgo”, enalteceu Patricia.
Primeiro suplente do PDT em 2016, Rafael Lucas teve a oportunidade de exercer a vereança em diferentes momentos durante a atual legislatura. No entanto, o parlamentar assumiu a titularidade de fato a partir de junho deste ano, substituindo Enfermeiro Vilmar (PSL), que teve decretada a perda do mandato por quebra de decoro. “Venho agradecer às pessoas que auxiliaram e que confiaram no nosso trabalho. Falar sobre a Câmara, para mim, é algo muito especial. Sempre foi um sonho ocupar uma cadeira deste Legislativo. É um orgulho representar este sobrenome. Meu pai (Antonio Lucas, ex-vereador e quatro vezes presidente da Câmara) sempre foi meu herói e continuará sendo. É a pessoa que me dá a vontade de fazer melhor pelo nosso povo. Conseguimos ouvir a comunidade caminhando pelas ruas da nossa cidade e protocolamos muitos pedidos nesta Casa”, comemorou Lucas, eleito segundo suplente pelo PDT no último dia 15.
Há duas décadas exercendo mandato eletivo, o médico e vereador Raul Cassel (MDB) decidiu encerrar sua trajetória política. O parlamentar agradeceu a seus familiares, amigos, professores, colegas e eleitores pelo apoio e pelo papel que exerceram em sua construção enquanto cidadão. “Vir pela última vez a esta tribuna como vereador emociona. É um ciclo que se encerra depois de 20 anos dedicados à vida pública. Participar disto aqui, talvez só agora me darei conta da grandeza. Porque muitas vezes fez parte do cotidiano de buscar melhorias e soluções para a vida das pessoas”, revelou.
O parlamentar, que presidiu a Câmara em 2019, celebrou ainda algumas de suas conquistas políticas. “Foram mais de 120 projetos de lei aprovados nesta Casa. No apagar das luzes, ainda fiquei muito feliz que a Comusa está pondo em prática a lei de contas separadas nos condomínios, para que cada um pague o que realmente consome. E agradeço a parceria do Executivo na elaboração do Código de Posturas, talvez meu maior trabalho no âmbito legislativo, ao lado de minha equipe. Minha profissão, por si só, já é bastante complexa. Mexo com a emoção das pessoas. E, depois de um dia intenso, vir aqui lidar com problemas de toda uma comunidade sempre foi e sempre será um grande desafio”, enfatizou.
Segundo suplente da maior bancada da nova legislatura, Gabriel Chassot (PSDB) mencionou a possibilidade de retornar à Câmara em algumas sessões nos próximos anos e falou sobre sua relação com a cidade. “Fui líder comunitário por 12 anos. Pude me eleger com um trabalho silencioso. E é esse conselho que deixo: façam um trabalho antes de se candidatar. Fiscalizem o vereador, fiscalizem a prefeita, mas construam, conversem, visitem. Não queiram só criticar. O povo de Novo Hamburgo é inteligente. Manteve bons vereadores”, enalteceu Chassot.
Após dois mandatos consecutivos, Inspetor Luz (MDB) ficou na primeira suplência de seu partido. Na tribuna, ele esclareceu alguns pontos da condução de seu mandato e agradeceu ao trabalho nos bastidores da atividade política. “Esta Casa não funciona se os funcionários não tiverem sua participação, se os gabinetes não tiverem suas equipes de apoio. Se essas pessoas não nos auxiliarem, não temos como tocar nosso mandato. Quero agradecer a todos que passaram pelo meu gabinete”, afirmou Luz. Nor Boeno (PTB), que também terminou a corrida eleitoral como primeiro suplente, optou por não se manifestar.