Seminário de Desenvolvimento Econômico: oficina trata de tecnologia e processos de cervejas artesanais
Com o título Bioprocessos e biotecnologia na região: as cervejarias artesanais aquecem o mercado e o turismo, a técnica iniciou sua fala perpassando pela história da biotecnologia e apresentando exemplos da utilização, como na produção de ácido cítrico, penicilina e vitamina C (ácido ascórbico), entre outros. Ela explicou que, no dia a dia, a técnica é utilizada nos processos de purificação da água, decomposição de resíduos, novos medicamentos, alimentos para dietas de restrição, processados por meio de enzimas, e na criação de alimentos transgênicos. “No bioprocesso, o profissional tem a função de desenvolver os produtos e, posteriormente, de aumentar a escala para atender a população.”
Em relação ao mercado, apontou, o brasileiro é o terceiro do mundo, depois de China e Estados Unidos. Já o Rio Grande do Sul é o estado com maior número de fabricantes da bebida no Brasil, com 186 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura. Em 2018, foi sancionada a Lei Estadual nº 15.098/2018, que cria a Região das Cervejarias Artesanais no RS. O caminho engloba 22 municípios, integrando aqueles que compõem a Rota Romântica. “Hoje, 479 municípios brasileiros têm fábricas de cerveja artesanal, sem contar as cervejarias ciganas (aquelas que locam espaço e equipamentos de outras fábricas para produzir). Mesmo assim, há uma estimativa de crescimento de 30% ao ano nesse mercado”, enfatizou.
Na sequência, a engenheira falou sobre o processo de produção e como as micro e pequenas cervejarias podem utilizar a academia para obter conhecimentos e ferramentas para qualificarem ainda mais seus produtos. Como exemplo, apresentou a pesquisa Influência da granulometria do malte na eficiência de produção do mosto cervejeiro, trabalho de conclusão apresentado por Tiago Schaumlöfel, acadêmico em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia na universidade estadual. Citou também projeto do Sebrae-RS voltado à cadeia produtiva de alimentos e bebidas.
Ao final, ela instigou os participantes a pensarem como atender melhor seus clientes, como se relacionar com as demais empresas do segmento e também quais tecnologias poderiam usar em seus negócios. O diretor de Turismo de Novo Hamburgo, Deivid Schu, sugeriu utilizar o know-how das universidades também para a criação da Rota Cervejeira. Ele afirmou que o assunto voltou à pauta recentemente com a criação do Vale Germânico e que o Estado pretende reunir os representantes dos municípios para que o caminho da cerveja artesanal possa sair do papel, movimentando a economia e o turismo de toda a região.