Sem faturamento há oito meses, casas de festas voltam a pedir apoio do Município
Segundo Souza, o segmento já teve duas reuniões com o Executivo, mas sem grande avanço. Os empresários pleiteiam a criação de um fundo garantidor e a isenção de impostos. “Estamos sem faturamento desde o dia 15 de março. São oito meses implorando por ajuda e não conseguindo nada. E o próximo ano também não será fácil, com todos esses problemas acumulados”, argumentou. Souza informou que representantes das casas de festas e eventos atuaram na elaboração de protocolos para a retomada gradual das atividades, que teriam sido aprovados pelos órgãos estaduais. No entanto, os decretos publicados trouxeram normas diferentes.
A principal crítica é quanto ao número máximo de participantes, que varia de 70 a 100 pessoas conforme a bandeira vigente (somando público e trabalhadores). Souza defendia a limitação percentual com base no teto de ocupação do estabelecimento. “O custo operacional com 70 pessoas é inviável. Vemos aglomerações em todos os lugares: restaurantes, pubs, praias, comícios políticos, sem a mínima fiscalização ou segurança sanitária. E nós ainda não voltamos. Nossa classe está definhando em todos os segmentos. Sabemos que existe um inimigo invisível, mas temos um inimigo visível nos atacando diariamente”, salientou.
Ainda de acordo com Souza, muitas casas de eventos já encerraram suas atividades em Novo Hamburgo. Conforme levantamento apresentado em julho pelo setor aos presidentes da Câmara, Gerson Peteffi (MDB), e da Comissão de Finanças, Enio Brizola (PT), no final de julho, há mais de 60 empresas do ramo na cidade, movimentando o mercado de trabalho com a contratação de garçons, copeiros, cozinheiros, fotógrafos e seguranças. O estudo estima que, em tempos normais, o segmento gere em torno de R$ 1,8 milhão por mês.
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Brizola propôs que a Câmara elabore projeto de lei prevendo auxílio financeiro para essas empresas antes do encerramento do ano. “Precisamos pensar em políticas de reestruturação de alguns segmentos econômicos. Temos toda uma cadeia produtiva, desde confecção de roupas a confeiteiros, que depende desse setor”, pontuou o parlamentar. Os emedebistas Raul Cassel e Sergio Hanich destacaram a angústia dos empresários. “Tive duas casas de eventos por 15 anos. Lembro que uma mínima situação de falta de energia já ocasionava grande prejuízo. Imagina como estão as coisas hoje”, mencionou Serjão.
Patricia Beck (PP) sugeriu que, além do projeto, a base governista tente conversar com a prefeita Fátima Daudt para a elaboração de um decreto de flexibilização. “Isso já foi feito em outras áreas. É preciso conhecer a realidade do município. Minha sugestão seria um decreto imediato de flexibilização. Creio que só vocês e os motoristas de vans escolares seguem desatendidos. Precisamos de um equilíbrio entre saúde e economia, o que pode ser conquistado com a testagem em massa e a implantação, de fato, de um protocolo precoce que ainda não existe na saúde”, opinou a vereadora.
“Hoje, a flexibilização municipal seria muito importante para nós. Para que o Município possa evitar a festa clandestina, tem que nos liberar. Nós somos profissionais. Temos rituais e protocolos. Temos condições de fazermos festas muito mais seguras”, finalizou Souza.
Tribuna Popular
Durante as sessões ordinárias, pessoas previamente inscritas também têm direito à fala, por meio do expediente da Tribuna Popular. As inscrições devem ser feitas junto à Secretaria da Casa, no terceiro andar, a partir do preenchimento de uma solicitação. As datas serão estabelecidas conforme disponibilidade de agenda.