Secretário de Obras apresenta ações para evitar novos estragos causados por enxurradas
O secretário lembrou que o plano de contingência é elaborado pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, órgão vinculado ao Gabinete da Prefeita. “Fazemos parte, mas não é responsabilidade da Secretaria executá-lo em sua totalidade. A função da secretaria, dentro do plano elaborado em 2017, é mobilizar recursos humanos e maquinário para a lavagem das vias públicas atingidas, removendo a lama arrastada pelas águas, desimpedindo estradas e vias de acesso”, afirmou. Patricia explicou que pretende convocar todos os secretários que possuem algum grau de responsabilidade dentro do plano.
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Raizer utilizou o espaço também para apresentar a sistemática organizada para propiciar aos atingidos pelas chuvas recentes o mais breve retorno à normalidade. “No mesmo dia do desastre foram mobilizadas equipes para desobstrução de arroios e retirada de lixo acumulado. A secretaria identificou situações de risco do sistema viário, isolou trechos para avaliação técnica e realizou remoção de lama sobre as vias e desobstrução de redes com hidrojateamento e limpeza de caixas”, contou. Desde então, a pasta tem atuado em questões como recomposição de pavimento, solução de infiltrações em redes de esgoto pluvial, patrolamentos, valeteamentos, tapa-buracos, desobstrução de margens de arroios e extravasamento em pontes nos bairros Canudos, Industrial, Rincão e São José.
O secretário destacou especialmente a travessia sobre o arroio Luiz Rau na avenida Sete de Setembro, onde ocorreu o afundamento da pista após infiltrações sob as cortinas de contenção. “A solução é o aprofundamento e proteção das cortinas com concreto e material pétreo, execução de fundo de arroio ou viga de nivelamento de fundo, reaterros e repavimentações para liberação de trânsito”, antecipou. Patricia Beck salientou a preocupação com o comércio da região, que já está sendo afetado e pode começar a sofrer com demissões durante as obras. “Teremos uma das principais vias da cidade sendo trancadas por pelo menos 120 dias. E esses R$ 500 mil que serão colocados lá não resolverá o problema do bairro Industrial”, argumentou.
Raizer respondeu que essa questão será amenizada com o aumento da volumetria da ponte e tranquilizou que nenhuma loja ficará inacessível. Além disso, ele informou que uma draga da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural deve ser cedida nos próximos dias para atuar no Luiz Rau. “Está confirmado, mas ainda não nos passaram a data”, disse. Enio Brizola (PT) enalteceu as ações desenvolvidas, lembrou que há registros de uso da draga em 2009 e em 2013 e repassou a informação de que a Secretaria de Obras do Estado, após reunião com comissões da Câmara, acenou com o direcionamento de maquinário, contanto que a prefeita encaminhe ofício solicitando os equipamentos.
O presidente da Câmara, Raul Cassel (MDB), pediu um olhar mais atento para essa região da cidade. “Sinto que o bairro Industrial deveria ser priorizado. As pessoas parecem sempre aguardar a próxima vez, e alguma medida técnica precisa ser adotada”, pontuou. “A questão do Luiz Rau não se resolve com uma só ação. Já está sendo pensado o problema do bairro”, comentou Raizer.
Limpeza
O secretário revelou que, desde a enxurrada, mais de 400 toneladas de móveis e utensílios domésticos foram recolhidos por equipes da secretaria. “Continuamos fazendo a limpeza nos bairros com pilhas e pilhas de móveis que foram perdidos pelas famílias com as enxurradas”, relatou. Ele revelou ainda que a Prefeitura iniciou um processo de retirada de resíduos da bacia que abrange o bairro Santo Afonso cerca de 20 dias antes da enxurrada, buscando antecipar possíveis problemas antes da chegada do inverno. “Depois desse dia direcionamos para locais que ficaram com muita dificuldade em razão do volume de lixo. Mas seguiremos trabalhando. Tínhamos ideia de que era necessário e agora sabemos que é ainda mais”, complementou.
Cristiano Coller (Rede) solicitou atenção para a vazão da ponte da rua Manágua. Patricia Beck lamentou que o trabalho de desassoreamento tenha ficado de lado durante os dois últimos anos, conforme reposta recebida da Prefeitura após pedido de informação. “Apenas a bacia de contenção no bairro Santo Afonso teria recebido o serviço”, emendou. Brizola perguntou se há previsão para equipar a Casa de Bombas da Vila Kipling, no bairro Canudos, onde moradores inclusive denunciam furtos de materiais. “Faltavam várias situações no projeto para que a Casa de Bombas entrasse em funcionamento. Foi construída a estrutura, mas as bombas não foram compradas. Além disso, foi pensado só na Kipling, não na Vila Getúlio Vargas. Então teremos que readequar o projeto. Temos uma situação complexa na avenida Alcântara que não pensou bem as duas situações”, respondeu.
Enfermeiro Vilmar frisou os frequentes problemas enfrentados por moradores nos arredores do arroio Pampa e indagou se a Casa de Bombas do bairro Santo Afonso entrou rapidamente em funcionamento na noite da enxurrada. Raizer informou que o espaço conta com funcionários trabalhando 24 horas por dia e que as bombas são acionadas de acordo com a elevação das águas. “A Casa de Bombas trabalha em cima do arroio Gauchinho. Temos as sete bombas em funcionamento. Não temos motivo para deixá-las desligadas. Na noite da chuva, quatro estavam trabalhando”, completou.
Conscientização
O secretário ainda enfatizou que uma das frentes em que tem atuado é a da conscientização para o depósito regular de resíduos. “Estamos trabalhando fortemente nas redes sociais, pensado em campanhas diferenciadas”, destacou. Vladi Lourenço (PP) questionou sobre medidas a serem tomadas com casas construídas em cima de córregos no Município. “Pessoas compraram suas casas dentro de arroios. Muitas delas bateram laje em cima das paredes dos córregos. Temos uma situação gravíssima que não foi observada no passado. Essas pessoas são as primeiras a serem afetadas e acabam também dificultando a limpeza dos arroios”, discorreu Raizer.
Márcia Glaser (MDB), que substituiu o colega de partido Inspetor Luz durante a sessão, disse sentir falta de uma melhor orientação aos cidadãos sobre a distribuição das doações. “Fizeram uma grande campanha de arrecadação, mas faltou uma comunicação mais eficaz para a população atingida”, opinou. Raizer Ferreira aproveitou o espaço de fala também para agradecer o empenho dos funcionários envolvidos nos diferentes serviços empreendidos desde o início do mês. Ele ainda estimou que mais de R$ 4 milhões tenham sido investidos apenas pela secretaria em intervenções decorrentes das fortes chuvas.