Projeto Cidade (In)visível debate legado de Carlão e Sebastião Flores
Lana é graduada em Recursos Humanos e segue a trajetória dos pais, Sebastião e Nair, à frente da única escola hamburguense que desfila também na Capital. A verde, vermelho e branco da Rondônia se destaca por sua atuação comunitária, com projetos sociais em parceria com a prefeitura, dentre eles a Protegidos do Amanhã. Recentemente, a entidade promoveu a 1° Feira Negra do Livro. Em parceria com a Feevale, a gestora está desenvolvendo o projeto do memorial Sebastião Flores.
A artista plástica Lurdi Blauth é pesquisadora e atuou como professora em cursos de graduação, pós graduação na Universidade Feevale. Integrante da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas e Membro do Conseil National Français des Arts Plastiques, fez doutorado-sanduíche na Université Pantheon-Sorbonne, França. Lurdi realiza curadoria de exposições; atua na pesquisa artística na área da gravura, fotografia, livros de artista, instalação; participa de exposições individuais e coletivas.
Orson Soares é especialista em cultura afro-brasileira, mestre e doutorando em História na UFRGS. Professor, historiador e agitador cultural, promove cursos e palestras sobre temas raciais. É autor do livro “A bondade do branco: o olhar da branquitude sobre a questão racial no filme Também Somos Irmãos”, que será lançado em breve.
Sobre os homenageados
Carlão representa um dos nomes mais importantes da arte Naif. Sua obra, voltada para a cultura popular e para os acontecimentos cotidianos, marca a história da cidade. Com Marciano Schmitz e Flávio Scholles, participou do movimento Casa Velha nos anos de 1970. Em 1996, recebeu menção honrosa na Bienal Naïfs do Brasil, em Piracicaba/São Paulo. Atuou como funcionário público, trabalhando no Atelier Livre Municipal até a sua aposentadoria. Em 2014, um ano após sua morte, a Lei Municipal nº 2.711/2014 transformou o espaço gerido pela Secretaria de Educação em Escola Municipal de Arte Carlos Alberto de Oliveira – Carlão. Também foi criado um memorial em seu nome, localizado no Espaço Cultural Albano Hartz.
Considerado uma das figuras mais importantes do carnaval gaúcho, Sebastião Flores presidiu a Escola de Samba Protegidos da Princesa Isabel em Novo Hamburgo por 38 anos, desde a sua fundação em 1969. Ao longo da vida, o carnavalesco recebeu diversas homenagens, também atuou contra a discriminação racial. Ele, que morreu em 2011, dá nome a prêmio instituído pelo Legislativo hamburguense, por meio do Decreto n° 3/2011. A honraria tem por objetivo reconhecer e valorizar o trabalho de pessoas e entidades que lutam pela defesa dos direitos dos negros e negras e pelo combate ao racismo, além de incentivar ações da sociedade civil em defesa dos direitos humanos e pela igualdade racial. Flores também foi responsável pela coleta do acervo historiográfico que hoje compõe o memorial Sebastião Flores, localizado junto à quadra da agremiação.
Cidade (In)visível
A iniciativa integra uma série de ações realizadas pela Câmara Municipal e outras entidades para pensar os 100 anos de Novo Hamburgo, que serão comemorados em 5 de abril de 2027. Planejado pela Escola do Legislativo, em parceria com APMNH e a OAB Subseção Novo Hamburgo, o projeto Cidade (In)visível: cultura, patrimônio e identidade tem por objetivo mostrar a produção cultural, herança arquitetônica e curiosidades da formação do Município. Também pretende revelar histórias, personalidades e visibilizar contribuições pouco conhecidas pela sociedade. As lives são realizadas mensalmente. Todos os bate-papos estão disponíveis no canal da TV Câmara no Youtube.