Procuradoria da Mulher participa de Blitz Lilás na Praça do Imigrante

por Tatiane Souza última modificação 14/08/2025 16h44
14/08/2025 – Em um cenário em que o Rio Grande do Sul já registrou mais de 10 mil casos de violência contra mulheres apenas no primeiro semestre de 2025, mas menos de duas mil denúncias formalizadas, Novo Hamburgo uniu forças para reforçar a conscientização e a defesa dos direitos femininos. Na manhã desta quarta-feira, 13, a Praça do Imigrante foi palco da Blitz Lilás, promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação (SDS), em parceria com diversos órgãos e instituições, como a Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal. A ação integra a programação do Agosto Lilás, mês dedicado à prevenção e ao combate à violência contra as mulheres e que também marca os 19 anos da Lei Maria da Penha.
Procuradoria da Mulher participa de Blitz Lilás na Praça do Imigrante

Foto: Tatiane Lopes/CMNH

A Blitz ofereceu aulão lilás com o Programa Melhor Idade (PMI) e a Secretaria de Esporte, aferição de pressão arterial pela equipe de saúde e distribuição de materiais informativos sobre direitos e canais de denúncia. Ao longo do mês, a campanha inclui palestras em Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), ações educativas e participação em eventos comunitários. “Estamos longe de conseguir o fim do feminicídio, mas precisamos estar todos os dias na luta. Hoje é um momento simbólico, mas a conscientização é diária”, destacou Elanice Müller, gerente de Políticas Públicas para as Mulheres de Novo Hamburgo.

Informação e direitos


A diretora de Políticas Públicas Especiais, Lourdes Valim, enfatizou a importância de levar informação clara à população. “Muitas mulheres sofrem violência e nem sabem identificar. É preciso conhecer os tipos de abuso — físico, sexual, moral, patrimonial e psicológico — e saber que nenhum deles é aceitável, seja dentro de casa, no trabalho ou em qualquer lugar”, reforçou.

Essas tipificações estão previstas na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que é considerada uma das legislações mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica e familiar, e garante medidas protetivas, atendimento especializado e ações preventivas.

Atuação da Procuradoria da Mulher


A procuradora especial da mulher da Câmara,
Professora Luciana Martins (PT), explicou que a Blitz também foi uma oportunidade para divulgar material produzido pelo Legislativo hamburguense e que traz um compilado de legislações municipais que fortalecem a proteção e a garantia de direitos. “Queremos que a informação chegue a toda a cidade. A Procuradoria está comprometida em participar de atividades e promover ações que contribuam para reduzir os altos índices de violência”, afirmou.

Luciana também convidou a população para a sessão plenária do dia 25 de agosto, às 14h, quando as assistentes sociais Eliana Mota e Thissiany de Lima, facilitadoras do Grupo Reflexivo de Gênero da Susepe, apresentarão o trabalho realizado com agressores e como essa atuação contribui para o enfrentamento à violência contra as mulheres.

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Articulação por políticas de prevenção e acolhimento marca os preparativos para o Agosto Lilás 

Apesar da redução nos feminicídios no RS em 2024, o Estado ainda lidera nacionalmente em descumprimento de medidas protetivas, o que reforça a necessidade de ações permanentes de prevenção, acolhimento e responsabilização dos agressores. Segundo o Senado Federal, 27% das mulheres gaúchas já sofreram violência doméstica ou familiar, e 23% dessas vivenciaram episódios nos últimos 12 meses. As violências psicológica (87%) e moral (72%) são as mais recorrentes. Além disso, 78% das vítimas de violência notificadas no Estado entre 2018 e 2022 são mulheres, e entre elas, mulheres indígenas e negras estão entre as mais afetadas, conforme estatística da Secretaria da Saúde. 

O Agosto Lilás segue com o tema “Temos Direito de Viver”, e convoca mulheres e homens para uma verdadeira força-tarefa no combate à violência. A central Ligue 180 oferece atendimento 24h (gratuito e sigiloso) e registrou forte expansão, inclusive via WhatsApp, no enfrentamento à violência no Rio Grande do Sul.