Prefeitura e vereadores debatem andamento das obras do Centro
Fotos: Luís Francisco Caselani/CMNH
O diretor de Obras Públicas da Prefeitura, Paulo Schmidt, um dos três integrantes da Comissão de Gestão, lembrou que o Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PDMI), mantido a partir de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), é uma iniciativa que vem se arrastando há anos e que passou por diversas alterações. “Inicialmente, o Centro sequer era contemplado, enxergavam-se outras frentes. É um projeto bastante complexo porque envolve uma série de interferências”, pontuou. Schmidt relatou ainda que todas as quartas-feiras a Comissão de Gestão se reúne com as empresas licitadas para averiguar o andamento e os problemas encontrados e efetuar eventuais cobranças. “Sabemos que a comunidade tem baixa tolerância para obras, especialmente quando há atrasos”, destacou.
A engenheira Valdirene da Silva mostrou que as obras já deveriam ter alcançado 33% de conclusão. O atraso, contudo, ainda é considerado contornável. De acordo com as construtoras, deve-se atingir a curva desejável de evolução das obras até fevereiro. Os serviços têm encerramento previsto para abril, mas o secretário de Obras Públicas, Serviços Urbanos e Viários, Paulo Magalhães, acredita na possibilidade de dilação do prazo, caso necessário. “Procurando salvaguardar os altos valores incluídos nesta obra, fazemos uma fiscalização intensa. Estão ocorrendo alguns pequenos atrasos, estamos bem conscientes disso. A empresa consorciada ficou de nos passar um plano de trabalho a fim de tentar cumprir esse prazo. Essa é uma das nossas cobranças”, afirmou.
O engenheiro Leandro Koche revelou que uma das principais preocupações do serviço é a substituição da rede de drenagem, considerada obsoleta. Com galerias maiores, o objetivo é garantir melhor escoamento. Schmidt destacou que esse é um problema constatado por todo o Município. “Talvez nosso maior número de ordens de serviço refere-se a conserto de infiltrações. A vida útil dos materiais utilizados está expirando”, disse o diretor.
Comunicação
Na terça-feira, 16, os integrantes da Comissão Especial de Acompanhamento das Obras de Revitalização do Centro de Novo Hamburgo vistoriaram o andamento dos trabalhos na Praça do Imigrante e nas ruas Cinco de Abril e Lima e Silva. Durante a visita de campo, os parlamentares conversaram com moradores e comerciantes sobre os problemas que eles vêm encontrando. O presidente da comissão, Enio Brizola (PT), ressaltou a ausência de uma comunicação mais efetiva com os moradores. A relatora Patricia Beck (PPS) enfatizou que os comerciantes entendem a necessidade das obras, mas não compreendem a bagunça que por vezes se instaura.
O secretário Gabriel Chassot (Rede) repassou contestações quanto à falta de sensibilidade da empresa contratada, alocando estruturas em frente a lojas e restaurantes. Leandro Koche garantiu que a Prefeitura tem trabalhado para garantir o máximo possível de normalidade aos estabelecimentos. “A nossa responsabilidade é não virar todo o Centro do avesso. No contrato há previsão para possibilitar acesso a todos os locais. E estamos todos os dias cobrando da empresa”, reforçou.
Magalhães reconheceu que já houve ruídos de comunicação, um dos quais, inclusive, causou o adiamento de uma parte da obra. Patricia Beck insistiu no aprimoramento do diálogo. “Entendemos que diferentes setores da Prefeitura deveriam estar mobilizados para amenizar os transtornos. A angústia dos comerciantes deve-se à falta de informações concretas”, salientou.
Obras em dezembro
O secretário de Obras informou que as intervenções na rua Cinco de Abril serão finalizadas no dia 26 de outubro. No início de novembro, devem ser entregues as melhorias na Lima e Silva. A vereadora questionou a programação para o período que antecede as festas de final de ano, momento de alta importância financeira para os estabelecimentos hamburguenses. Patricia até sugeriu que fossem concentrados os trabalhos na Praça do Imigrante e no Calçadão Osvaldo Cruz. O que eles planejam, entretanto, em tratativas junto ao consórcio, é a liberação para a realização de obras nas margens da rua Primeiro de Março.
“Essa é uma das negociações que estamos tendo com a empresa, exatamente a fim de tentar amenizar essa questão. Faremos o melhor possível para minimizar o problema do comércio local”, asseverou Magalhães. Além de Brizola, Chassot e Patricia, compõem a comissão especial os vereadores Cristiano Coller (Rede), Gerson Peteffi (MDB), Inspetor Luz (MDB) e Professor Issur Koch (PP). O presidente da Câmara, Felipe Kuhn Braun (PDT), também acompanha as atividades, embora não possa integrar oficialmente o grupo parlamentar por questões regimentais.
Confira mais detalhes sobre as obras do PDMI.
Comissão especial
Previstas pelo Artigo 77 do Regimento Interno da Câmara, as comissões especiais do Legislativo hamburguense são constituídas para analisar matérias de relevância, podendo encaminhar a convocação de secretários municipais e diretores de autarquias, bem como promover audiência pública. Os grupos são compostos por, no mínimo, três membros, observando, sempre que possível, a proporcionalidade partidária. Com prazo determinado de encerramento, as comissões especiais são concluídas com a apresentação de relatório ou projetos de lei, resolução ou decreto legislativo.