Palestra traz esclarecimentos sobre violência contra crianças e adolescentes
Com o título "Educar é combater: como enfrentar a violência sexual infantil", a parlamentar abordou os tipos de abusos cometidos aos menores, como violência patrimonial, exploração sexual, aliciamento online, trabalho infantil, tortura, pornografia, entre outros. E falou sobre os sinais apresentados por aquelas que podem estar sofrendo com a situação. “É fundamental que todo o cidadão esteja atento. Precisamos estar munidos de informações para passar aos nossos filhos. Criança informada é criança preservada. Quando ela sabe dos seus direitos, do que pode ou não fazer com o seu corpo, ela sabe quando precisa buscar socorro.”
Franciane destacou também o papel da escola e dos professores, que são profissionais fundamentais na observação de quaisquer mudanças no comportamento das crianças que possam estar associadas à violência ou abuso sexual. A deputada lembrou que esses casos ocorrem independentemente das condições sociais e financeiras das famílias e, muitas das vezes, o abuso é cometido por alguém de muita confiança ou pelos próprios pais. “Precisamos falar sobre isso e o mais importante: agir quando há uma suspeita. Prestar atenção às mensagens que podem vir com mudanças súbitas de comportamento, agressividade, alteração no rendimento escolar ou até em forma de desenhos.”
Por fim, a parlamentar divulgou o livro “Bailarinas também choram”. A obra de Thanise Stein e Jessica Minho (@diversaoemletras) destaca os sintomas apresentados pelas vítimas e informa os canais de denúncia em uma linguagem lúdica e de fácil compreensão para as crianças.
A escrivã de polícia Juliane Kuhleis, integrante da Deam, explicou que a instituição atua na prevenção, nos ambientes escolares e nas comunidades, e na repressão, a partir de denúncias feitas pela sociedade. A policial enfatizou o alto percentual de agressões ocorridas nos próprios lares. “As pessoas ainda acreditam que a violência sexual infantil acontece nas ruas ou em locais diversos, mas 95% dos casos que chegam até nós são de crianças que foram violentadas em suas residências ou em endereços de confiança das famílias.” Ela frisou que o simples ato de denunciar, pelos canais de atendimento ou pelo Disque 100, pode salvar uma vida, pois, infelizmente, a maioria das denúncias acaba se confirmando.
Além do Disque 100, estão disponíveis o canal 1510, específico para professores e diretores, e o aplicativo Sabe – Conhecer, Aprender e Proteger, disponível para Android, no qual as próprias vítimas podem denunciar diferentes tipos de violência.
Maio Laranja
O dia 18 de maio foi escolhido como símbolo desta luta no ano 2000. A data faz alusão ao Caso Araceli, um crime hediondo ocorrido em 1973, quando uma menina de apenas 8 anos foi violentada e assassinada na cidade de Vitória, no Espírito Santo.