Liberdades de imprensa e de expressão são abordadas em palestra na Câmara
Behrend relembrou momentos de censura no Brasil, em especial durante a Ditadura Militar. Citou também os incisos IX e XIV da Constituição de 1988, artigo 5º, que dizem que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; e é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.” Sobre o sigilo da fonte, o palestrante criticou o vazamento de diálogo envolvendo o jornalista Reinaldo Azevedo e irmã de Aécio Neves, Andrea Neves. A gravação telefônica fazia parte de investigação sobre a atuação do político mineiro em esquemas envolvendo lavagem de dinheiro.
Segundo o palestrante, em países no qual há maior liberdade de imprensa e os jornalistas são mais livres para trabalhar, salvo algumas exceções, o desenvolvimento social e econômico é maior. Conforme ele, no ranking que aponta o índice de liberdade de imprensa 2016, o Brasil está na posição 103 e seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 79. No topo das duas listas, está a Noruega. “A imprensa amordaçada tende a não mostrar os problemas, a se retrair. Quem paga por isso é o cidadão, a sociedade”, disse o jornalista. Entre uma série de dados, ele destacou que o Brasil ocupou a 6ª posição, em 2015, em mortes de jornalistas, citando os episódios, ocorridos ao longo dos últimos anos, envolvendo as mortes do cinegrafista Santiago Andrade e do repórter Tim Lopes.
No encerramento, Martin mencionou o impacto da imprensa livre nos rumos de um país, fazendo referência ao caso da renúncia do presidente Nixon, dos EUA, a partir de uma reportagem do jornal The Washington Post.
O público interagiu com o palestrante, discutindo o tema e fazendo diversas perguntas e considerações.