Entidades buscam alternativas para abrigar acervo do Museu Nacional do Calçado
O grupo é formado por Felipe Kuhn Braun (PP), presidente; Gustavo Fink (PP), relator; e Enio Brizola (PT), secretário. Aos vereadores, a arquiteta relatou uma série de tratativas da Asaec com a Universidade Feevale, atual sede do museu, e o Executivo para resolver o problema de armazenamento dos mais de 40 mil pares de calçados pertencentes ao acervo. “Além do Museu do Calçado, que é único no país, já recebemos proposta para guardar o trabalho do estilista Rui Spohr e também o acervo fotográfico de Alceu Feijó, o que uniria moda e arte em um mesmo espaço”, explicou. Natural de Novo Hamburgo, Spohr, falecido em 2019, foi o primeiro estilista gaúcho a estudar moda em Paris. Já o pioneiro do fotojornalismo no Estado, morreu em 2020, aos 94 anos.
Conforme Rosana, são necessários cerca de mil metros quadrados para dispor os itens. Segundo levantamento da instituição, não haveria um imóvel pertencente ao Município com essa característica. “Ao consultarmos a iniciativa privada, nos foi ofertada a sede do Grêmio Atiradores, localizada no Centro. Porém, há uma questão jurídica envolvendo o imóvel. Outra opção seria a Fenac disponibilizar um espaço para tal fim.”
Vice-presidente do conselho consultivo da Aspeur/Feevale, o também arquiteto Renato Pilger enfatizou que a situação também preocupa a instituição universitária. “Precisamos preservar a história da nossa cidade, mas abrigar esse acervo em um local em que a comunidade possa visitá-lo facilmente.” Pilger sugeriu ainda a possibilidade de dispor o material em algum imóvel inserido no corredor cultural de Hamburgo Velho.
Finck acredita que a sede dos Atiradores seria um bom local para o empreendimento, mas não vê como a Câmara possa auxiliar na demanda jurídica existente. Brizola sugeriu convidar o Sindicato das Indústrias para a discussão, uma vez que boa parte dos itens é oriunda do setor. Pontuo também a preferência pelos pavilhões da Fenac, devido à ligação com o segmento calçadista e à grande circulação de público nas feiras realizadas no local.
Sobre o casarão dos Friedrich, Rosana Oppitz apontou que existem empreendedores interessados em adquirir e preservar o patrimônio. Acredita, no entanto, que é preciso que haja uma definição sobre o processo de tombamento, iniciado recentemente pela Prefeitura. Em fevereiro, um incêndio atingiu parte da estrutura. “Nossa preocupação é que o local ainda está aberto, exposto ao tempo, e tende a deteriorar por conta disso. Sabemos que o imóvel é privado, mas todos temos interesse em preservá-lo.”
De acordo com Felipe, o grupo deve encaminhar pedido de informações à Secretaria da Cultura e debater a pauta com as entidades envolvidas. Outra demanda da comissão especial, solicitada por Brizola, é verificar a situação da Casa de Lomba, que já foi tema de inúmeras ações promovidas pelo grupo na legislatura passada.
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Comissão especial
Previstas pelo Artigo 77 do Regimento Interno da Câmara, as comissões especiais do Legislativo hamburguense são constituídas para analisar matérias de relevância, podendo encaminhar a convocação de secretários municipais e diretores de autarquias, bem como promover audiência pública. Os grupos são compostos por, no mínimo, três membros, observando, sempre que possível, a proporcionalidade partidária. Com prazo determinado de encerramento, as comissões especiais são concluídas com a apresentação de relatório ou projetos de lei, resolução ou decreto legislativo.