Encontro Brasileiro das Escolas do Legislativo reflete importância da educação cidadã
O segundo dia do evento foi realizado na sede do Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul. Ele foi marcado pela apresentação de boas práticas de assembleias, câmaras e tribunais de contas de norte a sul do país, mas também pela apresentação de paineis como o novo ensino médio e projeto de vida, apresentado pelo membro da Academia Nacional de Educação e ex-senador, Pedro Chaves; e a Mesa redonda Mulheres na Política, na qual participaram as deputadas estaduais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Mara Caseiro e Lia Nogueira, a diretora da Escola do Legislativo de Santa Catarina, Glace Jane; e a ex-deputada Marlene Flenger. A mediação foi da jornalista Deborah Andrade, consultora de comunicação e assessora da Abel.
Assim como debatido aqui na Câmara no Dia Internacional da Mulher pela Chefe da seção de programas institucionais da Escola Judiciária Eleitoral do Rio Grande do Sul, a servidora pública Débora do Carmo Vicente, as painelistas também destacaram a necessidade de estimular a participação de um maior contingente de mulheres na política e em espaços institucionais.
Para Gleice Jane, as mulheres podem, sim, mudar a sociedade e colocá-la a serviço de todos, desmontando o sistema patriarcal e capitalista existente. “Temos um olhar mais cuidadoso. Quando mudarmos o mundo para as mulheres, melhoraremos o mundo para todos”, disse. Ela ressaltou que para o gênero, tudo é mais difícil. “Temos que provar todos os dias que somos capazes. Quantas vezes escutei que para vereadora uma mulher servia, mas para um cargo de gestão, não. A violência contra as mulheres na política é grande. Eu enfrentei o sistema, fui pra cima e sempre tive uma postura combativa. Minha mãe sempre dizia que estava criando tigres e não gatinhas. Estou no parlamento para que o estado do Mato Grosso do Sul saia dos primeiros lugares do triste mapa da violência. Temos de levantar a nossa bandeira e a bandeira da nossa população indígena. O nosso lugar é onde a gente quiser sim, por mais ser clichê que possa parecer essa frase. A mulher tem sensibilidade e força e não podemos mais conceber violência na política. Precisamos aumentar a nossa representatividade”, afirmou.
No mesmo sentido, a deputada Liliane reforçou que é preciso acabar com as restrições às mulheres no campo político. “Sim, nós estamos conquistando nossos espaços, no entanto, o desafio é constante para que as mulheres se sintam acolhidas e possam ter esse protagonismo”, disse.
A ex-deputada Marlene Flenfer também contou sua história de vida. “Não adianta dizer que precisamos de leis que nos deem acesso e não aproveitar as oportunidades quando nos são dadas”, salientou. Ela discorreu sobre as dificuldades e as cobranças que as mulheres têm para conciliar vida familiar e profissional, sem ser obrigada a escolher entre uma ou outra. Marlene ainda chamou atenção para o envolvimento das mulheres nos debates políticos. “Obtivemos conquistas de forma lenta. Se defendemos a construção de políticas públicas para mulheres então devemos marcar presença nos debates. Apesar das dificuldades, é imprescindível que tenhamos coragem. Se queremos mudanças devemos participar delas”.
Mara Caseiro contou que é filha de um forte patriarcado, de um pai machista e de uma família que achava que política não era assunto de gente séria. “Quando cresci, percebi a importância de um bom político e de políticas públicas para o crescimento de uma cidade. Fomos eleitas para fazer a transformação da sociedade. E nós, mulheres, não conseguimos não olhar para o próximo, não ter um olhar social. Não queremos calar a voz dos homens. Não queremos ser superiores a eles. Queremos promover a igualdade. E acabar com qualquer tipo e violência”, acrescentou.
A diretora da Escola do Legislativo Sergio Luis Hanich, Maria Carolina Seitenfus Hagen, corroborou a importância do painel, indicando que o tema as mulheres na política é um dos tópicos abordados pelos palestrantes do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE/RS) durante as palestras da 4ª edição do Projeto Vereador Mirim.
Cerimônia de encerramento e eleição da nova diretoria da Abel
O Bioparque Pantanal foi o local de encerramento do 37º Encontro das Escolas do Legislativo e de Contas (Abel), realizado na manhã da sexta-feira, 16. Na ocasião, aconteceu a assinatura de um Protocolo de Intenções entre as Escolas, a entrega do Prêmio Abel, o lançamento do Código de Defesa do Consumidor em Miúdos e a eleição para a nova diretoria do biênio 2023-2025.
Roberto Lamari, diretor da Escola do Legislativo de Itapevi, em São Paulo, foi eleito para presidir a Associação a partir deste ano. Florian Madruga recebeu homenagens na despedida da associação e assumiu a presidência de honra da Abel.
Foi a terceira vez que o Estado de Mato Grosso do Sul recepcionou os integrantes das Escolas do Legislativo e de Contas de outros estados. Nesta edição, recebeu apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MS), da Prefeitura e da Câmara Municipal de Campo Grande.
Protocolos
Foram assinados nesta sexta-feira dois protocolos pela Abel, um com a Câmara de Dourados e a Abel, e outro com a Empresa de Pesquisa, Tecnologia e Serviços da Universidade e a Abel. Os projetos vencedores foram: na categoria Comunidade, a Escola do Legislativo do Amazonas, e na categoria Legislativa, a Escola Legislativa do Ceará, ficando o terceiro prêmio para a categoria melhor portal denominada aplicativo escola do parlamento, câmara municipal de Cotia, em São Paulo. Também foi aprovada a Carta de Campo Grande, documento elaborado pelos participantes.
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