Empresários criam projeto para garantir doação de móveis para famílias atingidas pela enchente
“Aquela primeira parte de solidariedade, com alimentação, roupas e abrigo, já vem ficando para trás. Agora essas pessoas estão voltando para casa, onde não têm nada. O colchão está no chão úmido. As roupas estão guardadas dentro de caixas de papelão”, contextualizou Cássio, diretor comercial do Monaco Atacado. “Decidimos fazer algo e buscamos empresários da região e outras pessoas influentes. Nossa meta é oferecer um kit básico de móveis para mil famílias. Visitamos diversas indústrias do estado e conseguimos o melhor custo-benefício”, explicou.
O RS Reconstrução garante a compra, montagem e entrega de cozinha compacta, mesa com quatro banquetas, rack para televisão e três armários multiúso pelo valor de R$ 1.318,00 (quase a metade do preço de mercado, segundo Cássio). “Temos recursos, no momento, para 72 kits. Mas vemos que está cada vez mais difícil. Estamos atrás de empresários, mas todos acham que já fizeram o suficiente, que ajudaram da maneira como podiam. Mas fazemos aquela reflexão: quanto tu pagarias para não estar no lugar daquela pessoa? Queremos apenas levar o básico”, afirmou.
O site produtos.sou.cloud/reconstruindo-o-rs não apenas detalha o projeto, mas também disponibiliza os caminhos para doação e para as famílias pedirem o auxílio. Segundo Cássio, já foram feitos mais de 2 mil cadastros. Como o número de formulários enviados pode exceder os recursos arrecadados, o RS Reconstrução também estabeleceu núcleos que serão priorizados, como lares com crianças com deficiência, idosas, mães solteiras com filhos pequenos, gestantes e pessoas que dependem dos móveis para deixar abrigos ou casas de parentes.
Fernando Lourenço parabenizou a iniciativa e pediu que os vereadores se reúnam para estudar uma maneira de contribuir financeiramente. “Sou um dos parlamentares que estão todos os dias vendo a situação dos moradores da Santo Afonso e das vilas Kipling e Getúlio Vargas. As pessoas estão voltando para uma casa onde não têm mais nada. Sem uma cama para deitar, uma pia para lavar a louça ou uma mesa para fazer a refeição”, ilustrou. Gustavo Finck (PP) lembrou destinação recente ao Banco de Alimentos e sugeriu separar parte do valor para fortalecer o RS Reconstrução.