Emília Margret Sauer é escolhida para receber o título de Cidadã de Novo Hamburgo

por Maíra Kiefer última modificação 17/10/2022 17h28
16/09/2020 – Uma pianista que dedicou sua vida à arte será a Cidadã de Novo Hamburgo de 2020. Nascida em 25 de julho de 1922, em Ijuí, Emília Margret Sauer, conhecida como Dona Emi, foi escolhida por meio de votação secreta realizada no último dia 9, no Legislativo. A indicação do nome foi feita pelo vereador e historiador Felipe Kuhn Braun (PP). Como pesquisador, o parlamentar acompanhou a trajetória da artista e educadora que fundou o Instituto de Belas Artes de Novo Hamburgo (IBA), espaço de referência para a cultura hamburguense. A entrega do certificado está prevista para a última semana de outubro.

Aos 98 anos, com um espírito vivaz, Dona Emi recorda com carinho os momentos vividos – e até mesmo os desafios enfrentados. Dedicação e técnica marcaram as aulas ministradas pela instrutora de piano, responsável pela formação musical de inúmeros alunos ao longo de sua carreira. Filha de alemães emigrados para o Brasil em 1920 – o arquiteto Jacob Sauer e escritora Clara Maria Sauer –, ela e sua família estabeleceram-se em Lomba Grande em 1928, quando o pai se candidatou à vaga de pastor na Comunidade de Confissão Evangélica Luterana. Tanto Emília quanto a irmã Elizabetha cursaram música no conservatório Carlos Gomes, no Colégio São José, de São Leopoldo, onde, depois de formadas, foram professoras por quatro anos.

Com a morte do pai, as duas, juntamente à mãe, montaram uma pequena escola, onde davam aulas de piano e a mãe lecionava inglês, francês e alemão. Inicialmente, as instruções eram dadas em um pequeno chalé na rua Corte Real. Na ocasião, eram vizinhas da sede do jornal O 5 de Abril, cujo proprietário incentivou o trabalho das educadoras através da publicação de propagandas gratuitas nas edições do periódico. Com o passar do tempo e algumas mudanças de endereço, a instituição passou a contar com professores de dança e artes plásticas e estabeleceu-se na rua Primeiro de Março.

A partir dessa época, a pianista conhece o austríaco Alfredo Häckl, que se tornaria seu marido. Na segunda metade dos anos 60, Emi Sauer deixa a direção do IBA atendendo a um apelo de Häckl. Em seu lugar, assume a professora e artista plástica Beatriz Rahde, que capitaneia o instituto até sua anexação à Feevale, em 1970. Emília ainda trabalhou no colégio Visconde de São Leopoldo como professora de canto orfeônico e na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) com musicoterapia.

Apenas seis cidadãs receberam espaço de destaque por sua contribuição ao Município, em galeria que chega agora a 46 nomes: Emília Margret Sauer (2020), Valderez Terezinha Schmitz (2019), Jurema Reis de Oliveira Guterres (2018), Cyria Wittmann – Irmã Generosa (2013), Maria Paula Biondi (2003) e Irmã Maria Valéria (1984).

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