Emília Margret Sauer é escolhida para receber o título de Cidadã de Novo Hamburgo
Aos 98 anos, com um espírito vivaz, Dona Emi recorda com carinho os momentos vividos – e até mesmo os desafios enfrentados. Dedicação e técnica marcaram as aulas ministradas pela instrutora de piano, responsável pela formação musical de inúmeros alunos ao longo de sua carreira. Filha de alemães emigrados para o Brasil em 1920 – o arquiteto Jacob Sauer e escritora Clara Maria Sauer –, ela e sua família estabeleceram-se em Lomba Grande em 1928, quando o pai se candidatou à vaga de pastor na Comunidade de Confissão Evangélica Luterana. Tanto Emília quanto a irmã Elizabetha cursaram música no conservatório Carlos Gomes, no Colégio São José, de São Leopoldo, onde, depois de formadas, foram professoras por quatro anos.
Com a morte do pai, as duas, juntamente à mãe, montaram uma pequena escola, onde davam aulas de piano e a mãe lecionava inglês, francês e alemão. Inicialmente, as instruções eram dadas em um pequeno chalé na rua Corte Real. Na ocasião, eram vizinhas da sede do jornal O 5 de Abril, cujo proprietário incentivou o trabalho das educadoras através da publicação de propagandas gratuitas nas edições do periódico. Com o passar do tempo e algumas mudanças de endereço, a instituição passou a contar com professores de dança e artes plásticas e estabeleceu-se na rua Primeiro de Março.
A partir dessa época, a pianista conhece o austríaco Alfredo Häckl, que se tornaria seu marido. Na segunda metade dos anos 60, Emi Sauer deixa a direção do IBA atendendo a um apelo de Häckl. Em seu lugar, assume a professora e artista plástica Beatriz Rahde, que capitaneia o instituto até sua anexação à Feevale, em 1970. Emília ainda trabalhou no colégio Visconde de São Leopoldo como professora de canto orfeônico e na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) com musicoterapia.
Apenas seis cidadãs receberam espaço de destaque por sua contribuição ao Município, em galeria que chega agora a 46 nomes: Emília Margret Sauer (2020), Valderez Terezinha Schmitz (2019), Jurema Reis de Oliveira Guterres (2018), Cyria Wittmann – Irmã Generosa (2013), Maria Paula Biondi (2003) e Irmã Maria Valéria (1984).
Confira a lei que regra a concessão do Título de Cidadão
Assista ao relato da própria homenageada sobre a sua trajetória