Diretor-geral da Comusa presta esclarecimentos sobre a qualidade da água distribuída em Novo Hamburgo
Vilmar destacou que recebe muitas reclamações da comunidade, principalmente sobre o “aumento abusivo nas contas, a falta de abastecimento e a má qualidade da água, que tem se mostrado turva e com odor desagradável há alguns meses”. O diretor afirmou que a tarifa da autarquia é 9,8% inferior ao valor cobrado pela Corsan, maior companhia de distribuição de água do Estado e que presta serviços a 367 municípios. “Também atendemos a uma porcentagem maior de usuários com a tarifa social”, disse.
Respondendo aos questionamentos sobre a falta de abastecimento, Lüders frisou que o principal motivo de interrupção são os consertos frequentes de rupturas e vazamentos das tubulações. “Ainda temos uma rede muito antiga aqui no Município. No total, 56% ainda precisa ser substituída”, relatou. O diretor ainda explicou que resíduos na tubulação ou na caixa acarretam alterações de cor aparente na água, o que não significa que ela está imprópria para o consumo. “Normalmente é causada pela mudança de pressão, logo após o abastecimento que estava interrompido voltar a ser realizado”, acrescentou.
Ele também garantiu que a água distribuída aos cidadãos hamburguenses sai da Estação de Tratamento da Água (ETA) em condições de potabilidade, de acordo com portaria do Ministério da Saúde. “Também conseguimos reduzir o tempo total da execução de serviços, de 2015 para 2018, em 74%, uma agilidade que vem aumentando a cada ano”, salientou.
A vereadora Patricia Beck (PP) questionou quais as garantias que a população tem, em termos de saúde, para consumir a água mesmo que ela esteja com coloração barrenta. A parlamentar ilustrou com diversas fotografias e vídeos enviados pela comunidade ao seu gabinete. Segundo Lüders, a coloração se deve à presença de ferro e manganês. “É potável e própria para o consumo, segundo atestado pela nossa engenharia química”, confirmou.
Ele explicou que, mesmo em casos mais sérios, quando a água que sai da torneira é barrenta, o motivo é o conserto da rede. “Quando consertamos um vazamento ou uma ruptura, muitas vezes é impossível impedir a água com barro de entrar no cano. Nesses casos, estamos à disposição da comunidade para fazer o expurgo da rede. Mandamos uma equipe que realiza o trabalho, como acontece com todas as outras empresas que trabalham com o fornecimento de água”, explicou. Ele também leu um ofício encaminhado à Mesa Diretora da Casa, no qual a autarquia reafirma o compromisso com a saúde pública.
O diretor divulgou ainda o aplicativo da Comusa e o telefone 0800 600 0115, utilizado para o comunicado de falta de água, vazamentos e outras reclamações. “Recebe, inclusive, ligações de celular, e sem custo nenhum”, destacou. Nesse sentido, Patricia informou que sempre que recebe alguma reclamação sobre a qualidade da água, o seu gabinete orienta a utilização do 0800.
Márcio Lüders ressaltou alguns prêmios recebidos pela autarquia, o que também garante, segundo ele, a qualidade do trabalho prestado e, consequentemente, da água entregue às casas dos cidadãos. Ele ainda destacou a fragilidade do Rio dos Sinos. “É o quarto mais poluído do Brasil. Os desastres ambientais que acontecem aqui e na região refletem diretamente na qualidade da água”, disse.
Felipe Kuhn Braun (PDT) perguntou sobre a porcentagem atual de tratamento de esgoto de Novo Hamburgo. Márcio informou que o índice é de 5,5% e que subirá para 7,5% com o funcionamento da estação do bairro Roselândia.
Para finalizar, Patricia indagou sobre a situação do Conjunto Residencial Mundo Novo, localizado no bairro Canudos. Com a publicação da Lei Municipal nº 3.157/2018, que regulamentou as tarifas de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário e demais serviços prestados pela autarquia, os condôminos perderam sua classificação como proprietários de imóveis de habitação popular, aumentando consideravelmente sua fatura mensal de água. Eles lutam para reverter a situação. A norma também reorganizou as categorias e faixas de consumo, cujas alterações afetam diretamente o residencial. Neste sentido, Lüders foi enfático ao afirmar que o caso aguarda decisão judicial, saindo da alçada administrativa da autarquia.