Seminário de Desenvolvimento Econômico: desenvolvimento de projetos e pessoas é o foco do Feevale Techpark
“Eu vim trazer um pouco para vocês sobre o ambiente de inovação que a gente já tem aqui dentro de Novo Hamburgo e também de Campo Bom que é o Feevale Techpark. Ele foi constituído para trabalhar com as quatro hélices que fazem com que universidade, empresa, governo e sociedade se encontrem em um único ambiente há mais de 15 anos”, disse. Inaugurada primeiramente em Campo Bom, a unidade conta com 16 hectares de terra e mais de 50 empresas. Em 2011, foi lançada a unidade de Novo Hamburgo, que hoje abriga mais de 25 iniciativas.
Daiana explicou que o Feevale Techpark possui cinco áreas de atuação: indústria criativa; tecnologia da informação e comunicação; materiais e nanotecnologia; ciência da saúde e biotecnologia; e ciências ambientais e energias renováveis. E mostrou como diversas empresas se destacaram com ideias inovadoras e aproveitando nichos de mercado ainda inexplorados. São empreendedores, segundo Daiana, que nasceram dentro do Feevale Techpark e estão tirando a sua ideia do papel e transformando em negócio.
Ela falou do Garupa, que é um modelo de transporte por aplicativo aos moldes da Uber, mas com diferenciais. “O aplicativo atendeu a alguns nichos de mercado que a Uber não atende hoje, como levar nosso pet para tomar banho, transportar nossa bicicleta, um cadeirante ou uma pessoa idosa ou obesa, já que existe dentro do aplicativo algumas categorias que permitem chamarmos um carro adaptado. Isso fez com que ele se transformasse em uma startup com diferencial de mercado, e dentro do nosso parque tecnológico”, exemplificou.
Também ressaltou o case da empresa Criativando – Decoração Personalizada. Segundo Daiana, eles inovaram porque ofereceram aos clientes, além da possibilidade de criar seu próprio papel de parede, fazer a venda da ideia no site da empresa. Já a Wirklich, através de uma ideia universitária, desenvolveu peças de plástico para trem, substituindo as de aço. Hoje, segundo Daiana, a empresa atende a Vale do Rio Doce.
Outro caso mencionado pela painelista é a Bhio Supply – Instrumentais e Equipamentos Médico-Hospitalares. “Um cluster da saúde que movimentou diversas universidades e parques de inovação."
Modalidades de ingresso
A diretora de inovação explicou que, atualmente, há três modalidades de ingresso no Feevale Techpark: incubada, residente e lote. “Por meio do processo de pré-incubação, são atendidas pessoas físicas que querem tirar sua ideia do papel. Para realmente transformar essa ideia em negócio, elas passam por um processo de três meses de incubação dentro da unidade, de forma gratuita. Sai dali com um plano de negócio pronto para se tornar um CNPJ.”
Já na modalidade Residente, estão as empresas que já estão com CNPJ constituído, trabalham em uma área com expertise consolidada, mas que desejam fazer parte de uma comunidade. “Chamamos assim porque, na Feevale Techpark, as pessoas se conectam, promovem novos negócios e são estimuladas a pensar diferente, sair da zona de conforto, se reinventarem e construírem produtos novos”, disse.
A última modalidade, Lote, não ocorre na unidade Novo Hamburgo em razão do espaço. “Ela é sediada em Campo Bom. Podemos comercializar lotes de terreno para as empresas que queiram construir suas unidades fabris dentro do Feevale Techpark. Esse lote é de propriedade da empresa, pode ser usado como uma garantia junto ao banco financiador do investimento e fica com um termo de compromisso junto à Universidade Feevale para poder desenvolver projetos em parceria que tragam inovação e promovam o desenvolvimento de novos produtos, serviços e tecnologias."
Ela destacou, por fim, que a Feevale Techpark conta com 11 empresas pré-incubadas, 17 incubadas e 55 residentes, o que gera 500 empregos diretos. “No ano passado, tivemos um faturamento de quase R$ 100 milhões juntando todas as empresas que temos dentro das unidades. Esse espaço não é apenas um parque tecnológico. Ele está ligado a uma universidade. Nós não trabalhamos somente com o desenvolvimento de projetos, mas também de pessoas”, apontou. Daiana frisou ainda a necessidade de criar junto com a Universidade Feevale programas que possam incentivar e sensibilizar empreendedores que queiram transformar sua ideia em negócio. “Que eles possam ser picados pelo mosquitinho da inovação e do empreendedorismo”, disse, ao sinalizar que diversas empresas da região já procuram os alunos da instituição para desenvolver novos produtos.
Hub One
Inaugurado no final do ano passado, o Hub One possui capacidade para abrigar empresas intensivas em conhecimento, centros de pesquisa, organizações voltadas para o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico e prestadores de serviços avançados. É um ambiente que possui infraestrutura para pequenas e médias empresas de base tecnológica. Atualmente, sua estrutura contempla espaços de convivência e uso compartilhado, como salas de reuniões, auditório, escritórios administrativos e de apoio, estacionamento e um Laboratório de Criatividade, que está em fase de estruturação. Os focos e nichos são distintos: o Feevale Techpark em Campo Bom é mais voltado para a área industrial, e a unidade de Novo Hamburgo à economia criativa e TICs. “São 1600 metros quadrados divididos em 23 salas. Se vocês quiserem conhecer, por favor nos liguem ou mandem um e-mail. As portas estão todas abertas. Esse ambiente funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano”, informou.
No dia 13 de novembro, segundo dia do seminário, será realizada uma visita técnica ao Hub One, com saída da Câmara às 17h. Há 80 vagas disponíveis e o transporte é gratuito.