Coordenador do Emancipa NH ressalta importância do movimento social de educação popular
Foto: Daniele Souza/CMNH
Segundo ele, o Emancipa atua há quase duas décadas no Brasil. O pré-universitário popular, conforme Ventre, é o carro chefe, mas não a única atividade oferecida pela rede. Neste sentido, o coordenador ressaltou a importância de ações como o Emancipa Esporte Gravataí e o Educação Jovens e Adultos em Guaíba. “O Emancipa muda vidas e é nisso que a gente trabalha”. Mesmo sem estar em sala de aula durante a pandemia, ele explicou que os colaboradores ligaram todos os dias para os alunos com o objetivo de manter o vínculo. Além disso, formaram uma grande rede de solidariedade Brasil a fora levando alimentos aos que mais necessitavam.
O Emancipa Novo Hamburgo retoma os trabalhos presenciais em 2022 com o pré-universitário popular. Até o início da pandemia, o curso ocorreu durante dois anos dentro da Ocupação Casa da Praça, importante espaço cultural da cidade. Antes disso, duas reuniões do grupo foram realizadas na Praça 20 de Setembro. “Agora, neste retorno, reivindicamos um lugar central que permita o melhor acesso dos estudantes da cidade. Sinalizamos para um espaço histórico da juventude hamburguense: a antiga sede da UENH, localizada na rua Gomes Portinho. A casa, que está sob o controle da Prefeitura de Novo Hamburgo desde 2018, há anos se encontra em desuso, completamente abandonada pelo poder público”, explicou.
Ele contou que o Emancipa conquistou muitas melhorias por meio, por exemplo, de parceria com a Feevale, a qual possibilitou novas mesas e cadeiras estofadas para o projeto. Felipe Ventre pediu o apoio dos vereadores para sensibilização da Prefeita em relação à possível sede para que o grupo continue desenvolvendo seu trabalho.
O que a Casa Emancipa vai oferecer?
- Cursinho pré-universitário noturno; aulas diurnas de reforço e monitoramento para recuperar o prejuízo educacional sofrido pelos estudantes em decorrência da pandemia; biblioteca universitária com títulos literários e apostilas de pré-vestibulares; educação ambiental com oficinas, horta e compostagem comunitária; e cursos de formação para educadores e educadoras.
Fala dos vereadores
Felipe Kuhn Braun (PP), presidente da Comissão de Educação da Casa (Coedu), também alertou para a decaída da educação durante a pandemia, muito pela falta de ações nas esferas de governo. “Todo o investimento na área de educação é louvável e procurar emancipar, fazer com que as pessoas, pelo seu conhecimento, desenvolvam senso crítico, busquem seus ideais, pode mudar o meio onde vivemos. Já debatemos aqui na Casa sobre esse espaço solicitado para a sede de vocês, mas a Prefeitura ressaltou que ele seria usado para outra finalidade. Contudo, essa é uma demanda que podemos debater entre Coedu e Comissão de Direitos Humanos (Codir) para dar um melhor encaminhamento ao Executivo”, sugeriu.
Semilda dos Santos – Tita (PSDB) saudou a atitude e parabenizou o grupo. “Eu admiro muito o trabalho que vocês desenvolvem com a educação e a sociedade. É um dom que têm. Ensinar e mostrar que as pessoas podem melhorar e enfrentar as dificuldades para, lá na frente, ser vencedor”.
Lourdes Valim (Republicanos) falou que o projeto é nota 10 e que realmente muda o meio onde muitos jovens vivem.
Enio Brizola (PT) ressaltou que tem assistido, mas também lutado dentro da Casa Legislativa e nas ruas contra o desmonte da educação pública. Lembrou da moção aprovada e que repudiou a remoção de disciplinas como educação física e filosofia da grade curricular do ensino médio. “A esperança se dá através da educação. As vidas só se transformam através da educação. Vocês reivindicam algo justo”, afirmou. O vereador destacou a importância do espaço que abrigou momentos históricos da educação sediar o trabalho de um grupo que está ofertando um projeto inclusivo, solidário e transformador. “É importante que a cidade dê uma contrapartida para jovens que não tem acesso a cursos privados”, mensurou.
O presidente Cristiano Coller (PTB) ressaltou que a casa em questão será utilizada, realmente, para outro fim. Mas apontou a necessidade de levar a discussão até o secretário de Desenvolvimento Social, Eliton Ávila, para que uma parceria possa ser feita e a antiga sede da UENH possa ser utilizada novamente em benefício da população. Neste sentido, Felipe Ventre disse que já está em contato com o secretário e que a união e ação de todos será importante para a conquista da nova sede.