Comissões promovem diálogo entre prefeitura, empresas e entidades sobre retirada de linhas de ônibus para cadeirantes
Por sugestão de Serjão, foi dado um prazo total de 20 dias para as partes envolvidas chegarem a um consenso. Primeiro, de acordo com o parlamentar, a Leme e a prefeitura deverão buscar uma solução para o impasse. Depois, as empresas terão 15 dias para fazerem as adequações. Após o período, um novo debate envolvendo as comissões e os envolvidos deve ocorrer.
Brizola destacou que considera a retirada dos horários uma falta de respeito com as pessoas que têm dificuldade de acessibilidade. Ricardo Seewald, presidente do Conselho Municipal dos Direitos e Cidadania da Pessoa com Deficiência, explicou que os usuários da linha fazem fisioterapia na entidade e, sem as opções de transporte adaptado, ficam sem alternativa.
Acompanharam o encontro Leandro de Bortoli, diretor de Transporte Público, Nelson Dietrich Junior, diretor de Mobilidade Urbana, Lourenço Dasenbrock, integrante da direção da Adevis, Roberto Bastos, supervisor da Hamburguesa, Patrícia Rappa, representante da Casa dos Conselhos, Celina Miranda, da diretoria da Leme, Marcos Stumpf, supervisor de tráfego da Viação Futura, e Waldemar Maia, também da Viação Futura.
Celina informou que estão disponíveis ônibus adaptados em horários muito cedo, havendo poucas opções de retorno para casa, havendo uma lacuna grande na grade disponibilizada. De acordo com a diretoria de Transporte Público, a linha Aeroclube que atende a Leme tem os seguintes horários: 5h30, 5h45, 6h10, 6h19, 6h35, 6h45, 7h00, 7h15, 7h30, 7h45, 11h15, 11h45, 12h17, 12h30, 12h50, 16h25, 17h08, 17h50, 18h35 e 19h05. A representante da Leme reclamou também do grande número de veículos estragados.
Bortoli explicou que 22 horários de entre picos foram retirados, por causa da carência de usuários do serviço. Brizola questionou se, com essa retirada das opções, haverá redução da tarifa visto que o cálculo para definição do preço levava em conta os horários anteriores. O parlamentar informou que deve buscar o Ministério Público para averiguar essa questão. Sobre críticas quanto ao funcionamento dos elevadores de acesso aos veículos, o diretor de Transporte informou que, assim que a Prefeitura é informada, os fiscais vão ao local verificar a denúncia.
Seewald lamentou que não haja treinamento dos funcionários dos ônibus para auxiliar as pessoas com deficiência. “Quando vão tomar uma atitude generosa e exigir esse tipo de capacitação no edital do transporte público”, indagou. Entre as reclamações, está a de que os horários dos ônibus adaptados divulgados no site da empresa estão incorretos. A Hamburguesa informou que dos 116 veículos, 54 são para cadeirantes. Por sua vez, a Futura conta com 20 carros com essas especificações, tendo dois passageiros fixos que utilizam o serviço diariamente.
Em ofício encaminhado para a Secretária Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), Roberta Gomes de Oliveira, o CMPCD/NH apontou no começo de abril que sem explicações e aviso, o itinerário da linha foi alterado, devendo os atendidos pela Leme descerem no Paradão e se deslocarem até a entidade. "Este deslocamento é longo, dificultando o acesso das pessoas ao serviço." Em resposta, o Executivo informou que a linha Canudos Aeroclube, da Hamburguesa, teve seu itinerário alterado principalmente nos horários de entre pico, não tendo sua extensão até a rua Boa Saúde. “Essa alteração tem por objetivo principal a otimização da quilometragem rodada, o que afeta no custo final da tarifa, devido à baixa demanda de usuários pagantes nestes horários. Quanto ao desembarque dos passageiros, poderá ser realizado na avenida Primeiro de Março, em frente ao nº 750, quase esquina da avenida Cel. Frederico Linck. Anteriormente, os passageiros desciam na rua Saldanha Marinho, em frente à Leme.
O Fórum Municipal dos Conselhos de Direitos e de Políticas de Novo Hamburgo, em plenária realizada no dia 4 de maio, debateu o assunto, reiterando em documento remetido ao Legislativo, que as alterações promovidas nos horários da linha não tiveram comunicado anterior.
Enfermeiro Vilmar acredita que a partir do diálogo vão chegar a um denominador comum. Fernando Lourenço afirmou que a reunião conjunta foi importante para a verificação das demandas e das opções apresentadas pela Prefeitura e pelas empresas. Peteffi também considerou o encontro produtivo para ambas as partes. Esio Ricardo Muller, suplente do MDB, esteve presente à reunião.