Cofin promove reunião com representante do Ministério da Agricultura para debater criação de selo de qualidade para azeite de oliva

por Maíra Kiefer última modificação 17/08/2018 20h02
24/07/2018 - Em reunião realizada pela Comissão de Competitividade, Finanças, Orçamento, Economia e Planejamento (Cofin), Evaldo da Silva Júnior, diretor do Departamento de Promoção Internacional de Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, debateu nesta segunda, dia 23, a produção de azeite de oliva extra virgem no Brasil e a possibilidade de certificação para esses produtos. Acompanharam o encontro o presidente do Centro de Tecnologia e Certificação de Azeite – Pró Azeite Extra Virgem, Cláudio Melillo, e o secretário da entidade, Márcio Teixeira. Além dos integrantes da Cofin, Enio Brizola (PT), presidente, e Fernando Lourenço (SD), secretário, esteve presente também o presidente da Câmara, Felipe Kuhn Braun.

A consulta sobre um possível apoio do governo federal à criação de um selo de qualidade foi proposta por Melillo. Conforme relato, a Pró-Azeite já havia se reunido com o superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Bernardo Todeschini, para tratar do assunto. Evaldo informou que irá verificar se há um processo aberto com o projeto no Ministério e, caso não haja, irá criá-lo para dar seguimento à demanda da Pró-Azeite. Com base no número gerado, poderão acompanhar o andamento do pedido e verificar o deferimento ou não. 

Enio Brizola explicou que os integrantes do Centro de Tecnologia e Certificação de Azeite – Pro Azeite, organização social sem fins lucrativos, fizeram uma apresentação no Legislativo e falaram sobre o projeto de desenvolvimento do selo aos parlamentares. Melillo acrescentou que a Câmara acolheu a proposta desde a primeira participação do grupo na sessão plenária no começo de junho, sendo recebidos também em reunião da Cofin no dia 16 de julho.

Melillo informou que a Pró-Azeite já entrou em contato com a Casa da Moeda para verificar a possibilidade de impressão do selo, devido à qualidade e à confiabilidade da instituição. A respeito dos integrantes da Pró-Azeite, ele explicou que será vetada a participação no quadro da instituição de produtores e plantadores de oliva para garantir a independência das averiguações dos produtos. Durante a reunião com Evaldo, o presidente da Pró-Azeite explicou como será a metodologia de verificação da qualidade do azeite extravirgem, por meio de análise fisico-química e sensorial. Após o exame, serão divulgados os laudos, e a empresa avaliada terá de informar os litros e quantidade de embalagens que serão seladas. Para evitar possíveis fraudes, planejam criar uma rede de colaboradores em todo o Brasil, que ficarão responsáveis por enviar amostras de produtos para nova verificação do azeite. Evaldo indagou se a Pró-Azeite já havia entrado em contato com os supermercadistas para apresentar a proposta de certificação. Melillo respondeu que planeja marcar uma reunião com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).

Melillo informou que a Pró-Azeite está incubada na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha e estuda parceria com a Feevale. As primeiras análises seriam realizadas na fundação, que carece ainda de um dos equipamentos no laboratório, com custo estimado de R$ 30 mil. Além dos exames, a ideia é a criação de um curso de degustação de azeite para a formação de técnicos qualificados.

Sobre as demandas, Enio Brizola questionou o representante do Ministério sobre qual seria a alternativa para viabilizar o projeto, por meio de emenda parlamentar ou via Executivo municipal. Segundo Evaldo, deveria haver envolvimento da Prefeitura ou do Governo do Estado, já que a Fundação Liberato é estadual. 

Tanto Felipe quanto Fernando destacaram a importância do tema e agradeceram a presença de Evaldo, natural de São Leopoldo, que está de férias no Estado e abriu um espaço em sua agenda para o encontro. 

Mercado brasileiro e gaúcho

Evaldo da Silva Júnior apontou que esse é um segmento em franco crescimento. Há produção no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, entre outros, conforme relato de Melillo. No país, há de seis a sete tipos de variedades: arbequina, picual, koroneiki, arauco, coratina, ascolano, grappulo e maria da fé. Melillo apontou que a arbequina é a principal qualidade plantada e que se adaptou ao solo da Serra da Mantiqueira.

De acordo com dados da Emater/RS-Ascar de 2017, o Rio Grande do Sul possui 121 produtores de oliveiras, que cultivam 2.536,30 hectares e produzem 705,80 toneladas de azeitonas. O presidente da Pró-Azeite avalia que Lomba Grande poderia futuramente se tornar um local para olivicultura, potencializando a região, que já se caracteriza pela agricultura, desenvolvida por pequenos produtores rurais. 

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