Câmara lança campanha Novo Hamburgo Sem Fome durante a sessão desta quarta
Com a pandemia do novo coronavírus, que já vitimou mais de 700 pessoas em Novo Hamburgo, houve um expressivo aumento da procura por alimentos em diversas entidades e grupos de apoio que recebem repasses do Banco de Alimentos. Já as doações de cestas básicas por empresas e pessoas físicas diminuíram, e as arrecadações presenciais em mercados e outros eventos estão impedidas devido à necessidade de manter os cuidados com o distanciamento social. Pensando nisso, a Câmara Municipal, em nome de todos os vereadores, a Prefeitura e o Barc atuarão juntos para implementar a campanha Novo Hamburgo Sem Fome. Cada instituição terá responsabilidades específicas. A prestação de contas se dará no mês de agosto.
Poderão ser beneficiadas famílias hamburguenses que tenham feito o registro de carência nas entidades cadastradas no Banco de Alimentos.
Em suma, a Câmara repassa os recursos ao Executivo; a Prefeitura adquire os alimentos e encaminha ao Barc; o Banco de Alimentos armazena e distribui as doações às entidades cadastradas, que, por sua vez, entregam as cestas básicas às famílias.
Raizer Ferreira destacou que os vereadores Ito Luciano (PTB) e Fernandinho Lourenço (PDT) trouxeram a demanda da doação de alimentos e que, junto a todos os vereadores, a campanha foi montada para amenizar a fome na cidade. “O objetivo é engajar o maior número de pessoas possíveis”, ressaltou da tribuna. “Tenho certeza que outras campanhas virão pela sociedade civil e pela Prefeitura, mas essa começa na Câmara e tem o prazo de três meses. Mas nada impede que seja postergado mês a mês, de acordo com as doações que forem acontecendo”, apontou. O presidente informou que o duodécimo de R$ 100 mil já foi repassado à Prefeitura, que dará agora o encaminhamento da proposta.
Ito lembrou que nada é feito sozinho, mas em coletividade. Ele pontuou que a campanha não pode ser exclusiva da Câmara. “Temos de envolver a sociedade e a imprensa. Por mais que arrecademos muito, não daremos conta da necessidade que nosso município tem. Nós vemos outras campanhas na qual empresários chegam a doar toneladas de alimentos”, disse, acrescentando que a união faz a força e que todos têm de trabalhar para que ação seja o orgulho da legislatura.
Darlan Oliveira (PDT) ressaltou que enquanto pessoas estão catando comida do lixo e passando fome toda a prosperidade é falsa. “Contem comigo”, reforçou.
Fernandinho Lourenço disse é muito importante poder ajudar as famílias que realmente precisam. “Nos primeiros dois meses, fizemos a economia da Câmara, uma ação nossa. Mas no mês de julho, estamos zerados. Então, conversamos e os vereadores sugeriram que cada um dê sua contribuição real e pessoal e trabalhe pela arrecadação”.
Enio Brizola (PT) enfatizou que as empresas pararam de doar ou diminuíram a contribuição. “Muitas pessoas antes doavam e hoje são carentes de doações. O Estado precisa, de fato, repensar a política de assistência social. Os R$ 150,00 que as famílias recebem não suprem as necessidades mensais. Precisamos também de políticas públicas para que as micro e pequenas empresas se fortaleçam. Nossa iniciativa vai servir de exemplo para as Câmaras da região, do estado e do país. Estamos sendo protagonistas e, claro, que devemos fortalecer a campanha. A fome não espera. Ela também mata”, frisou o parlamentar.
Lourdes Valim (Republicanos) também saudou a união de todos os vereadores nesta ação solidária. “Precisamos olhar para as pessoas carentes. Eu acredito que a campanha não será de apenas três meses, porque teremos empresários e voluntário em Novo Hamburgo engajados para tirar o município da fome”, disse.
Sergio Hanich (MDB) propôs que o Banco de Alimento relacionasse todas as instituições/entidades cadastradas para que a comunidade saiba onde procurar ajuda em cada bairro.
Banco de Alimentos
Neli Silveira, em nome do Banco de Alimentos, disse que o momento é de reconhecer a cidadania do ato promovido pela Câmara. “Tenho certeza que é um protagonismo em termos de poder legislativo, uma frente nova que estamos abrindo e, como banco, estamos extremamente felizes em fazer parte. Hoje, atendemos a 36 entidades em Novo Hamburgo e queremos agregar outras dentro da campanha para que realmente alcancemos uma Novo Hamburgo sem fome. Nosso lema é quem tem fome tem pressa. Não adianta ficarmos com cestas estocadas”, disse Silveira. Ele acrescentou que faltam ao Barc informações de famílias que realmente precisam de ajuda. “Nos ajudem, indicando líderes comunitários e entidades sérias, para trabalharmos juntos. Ano passado, distribuímos 281 toneladas de alimentos. Mas, em 2021, instituições e empresas restringiram as doações e a demanda de quem precisa aumentou muito. Parabéns pelo projeto, seremos parceiros, firmes e transparentes como fazemos há 10 anos aqui na região. Sonhando junto, fazemos a realidade”, frisou.
Cesta padrão
A cesta básica padrão é composta por 2kg de arroz branco, 2kg de açúcar refinado, 1kg de farinha de trigo, 1 kg de farinha de milho, 2kg de feijão, 1 kg de leite em pó, 2 kg de massa com ovos, 900 ml de óleo de soja, 1 kg de sal moído e 0,8 kg de biscoito.
Empresas e entidades interessadas podem se tornar ponto de coleta da campanha. Basta solicitar material para a Câmara e, quando efetuar a doação ao Barc, fazer em nome da Câmara Municipal e da campanha Novo Hamburgo Sem Fome.