Câmara lota plenário em homenagem aos 55 anos da Abefi

Criada em 6 de agosto de 1968 pela Comunidade Evangélica de Confissão Luterana da Floresta Imperial, a Abefi surgiu com a proposta de melhorar a qualidade de vida de crianças, adolescentes e adultos, oportunizando acesso à educação, cultura, esporte, lazer, assistência social e qualificação profissional. Com parcerias firmadas junto a empresas, gestores públicos e a sociedade em geral, a Abefi conta com 13 unidades espalhadas por Novo Hamburgo, Esteio, Montenegro, Nova Santa Rita, Portão, São Sebastião do Caí e Taquara. Os atendimentos são consequência do trabalho de mais de 370 colaboradores nas áreas de acolhimento institucional, educação, fortalecimento de vínculos e inserção produtiva.

Proponente da solenidade, Felipe Kuhn Braun fez questão de enaltecer o impacto positivo da atuação da Abefi no desenvolvimento pessoal de milhares de hamburguenses. O vereador também exaltou a presença maciça de voluntários, profissionais, alunos e familiares que deram vida e cor ao plenário. “Poucas vezes vimos esta Casa tão cheia. O esforço das pessoas que fazem parte desta história molda o futuro dessa juventude. Sabemos o quanto as obras luteranas foram, são e serão importantes para o desenvolvimento da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país. O trabalho de mãos dadas de cada um de vocês faz a diferença na nossa sociedade por meio da educação, da cultura e do social”, declarou o parlamentar.

Presidente da Abefi, Rafael Eckhard agradeceu a homenagem em nome do grupo de colaboradores e sublinhou a importância do trabalho das pessoas que os antecederam. “São aqueles que vieram antes de nós que tornaram possível estarmos aqui neste júbilo. Esta comemoração, bem como a retrospectiva histórica, não se resume a uma nostalgia, mas se apresenta como uma motivação para os desafios que virão. E sabemos que eles virão. A Abefi mostra, com sua maturidade e por meio de parcerias entre público e privado, formas de melhorarmos as condições das nossas crianças e adolescentes, principalmente daquelas desafortunadas do seio familiar. A Abefi é exemplo do que uma comunidade engajada, organizada, com um objetivo comum e com amor à causa é capaz de construir em prol da melhoria do nosso ambiente social”, discursou.

Diretor-geral da entidade, o pastor Altemir Labes narrou parte da história da associação, criada para acolher os jovens das muitas famílias que vieram para Novo Hamburgo na década de 1960 em busca de oportunidades profissionais. “No sorriso das crianças, temos um caminho de libertação. Criança só consegue rir verdadeiramente quando seus direitos estão garantidos e quando supera o afastamento dos pais, gritos de violência, abuso, fome e falta de confiança. A Abefi, fruto de um compromisso diaconal de uma comunidade evangélica, transforma tristeza em alegria. Para isso, é necessário um diálogo constante que busca uma relação de afeto em um espaço seguro. Esse é o nosso grande desafio. Os espaços que nós criamos precisam acolher as pessoas e permitir essas experiências”, continuou.

Primeira-secretária da Mesa Diretora e relatora da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a vereadora Tita (PSDB) falou sobre os sentimentos de alegria e gratidão que envolvem a homenagem à Abefi e recorreu a um testemunho pessoal para exemplificar a importância do trabalho desenvolvido pela associação. “A Abefi é referência em atendimento, gestão, sustentabilidade e transformação social. Uma entidade ética que tem compromisso e muito respeito. Há muitos anos, tirei um menino da sinaleira, órfão de mãe e explorado pelo pai, dependente químico. Por um tempo, ele ficou em uma entidade, até que levei para a minha casa. Procurei a Abefi e consegui uma bolsa de estudo para ele. Pelo ensinamento e pela oportunidade que vocês deram, hoje ele é professor de história em Santa Catarina. Vocês fazem um trabalho lindo, transparente e com muito amor”, ilustrou Tita.

Em aprofundado discurso, Cristiano Coller (PTB) detalhou trechos importantes da trajetória da associação e lembrou a participação de diferentes personagens na construção de sua história. Entre os nomes citados, destaque para os do sensei João Cristiano Steyer, a quem pediu aplausos pelo projeto de judô que lidera, e de Lori Schmidt, ex-presidente da Abefi e escolhida Mulher Cidadã pela Câmara em 2020, dois anos antes de perder a luta contra o câncer. “Hoje, homenageamos uma das maiores entidades do nosso município, uma das poucas instituições gaúchas com projetos contemplados pelo Criança Esperança, por exemplo. Desejo muito sucesso e vida longa à Abefi. Parabéns pelos 55 anos dedicados à nossa comunidade”, concluiu o vereador.

Gerson Peteffi (MDB) deu continuidade à solene ressaltando o débito do município ao trabalho da Abefi. “É uma instituição que se capilariza dentro da nossa cidade em termos culturais, esportivos e educacionais, fazendo com que Novo Hamburgo se curve à sua grandiosidade. São poucas entidades que conseguem agregar esse conteúdo. Os 55 anos significam dificuldades, pedras pelo caminho, mas também alegrias e construção. É uma associação que certamente continuará a trilhar e deixar sua marca indelével de probidade, cultura, integridade e de criação de oportunidades”, pontuou.

Último vereador a se pronunciar, Raizer Ferreira (PSDB) orientou seu discurso em torno dos conceitos de missão e legado. “Na fundação da associação, a primeira coisa traçada certamente foi a missão. Aonde nós queremos chegar? O que queremos entregar? Como podemos contribuir? Se isso não tivesse sido delineado no passado, o projeto não teria continuado. Quando temos uma missão clara, com certeza avançamos e conseguimos chegar aos 55 anos, entregando para a comunidade serviços que funcionam nas áreas de educação, esporte, lazer e cultura. E, por funcionar, ela entrega um legado, como no exemplo relatado pela vereadora Tita. Um legado escrito pelas crianças que estiveram aqui cantando. Parabéns a vocês que confiam na instituição e que a fazem funcionar por 55 anos. Que o legado de vocês possa ser compartilhado por diversas gerações”, desejou o parlamentar.

Membro das Comissões de Direitos Humanos e de Educação da Casa, a vereadora Lourdes Valim (Republicanos) justificou sua ausência e foi representada por sua assessoria.

Confira a sessão solene na íntegra: