Câmara de Campo Bom inaugura usina solar e comemora autossuficiência energética
Com custo de R$ 154.554,30, o parlamentar campo-bonense Victor Souza calcula que o investimento se pague em menos de dois anos e meio – e perdurará por, pelo menos, um quarto de século. Presidente do Legislativo em 2018, Souza tratou a implementação da energia solar como a obra prioritária de sua gestão. Ele destacou a realização de um sonho alimentado ao longo de sete anos e comemorou a transformação da Câmara de Campo Bom na primeira casa legislativa do país a alcançar a autossuficiência energética.
De acordo com o parlamentar, a iniciativa vai ao encontro do pioneirismo característico da cidade do Vale do Sinos. “A questão da economia e da austeridade tem que ser levada a sério pelo gestor. Ter o primeiro Legislativo autossuficiente em energia compensou as noites de sono que perdemos. Essa é uma obra da nossa cidade para a nossa comunidade e que, nos próximos 25 anos, estará cumprindo sua missão de dar economia e sustentabilidade para Campo Bom”, enfatizou.
Felipe Kuhn Braun parabenizou a medida adotada pelo Parlamento vizinho e salientou o impacto positivo que ela poderá gerar para diferentes instituições. “Campo Bom, muitas vezes, foi protagonista de diversos processos no Vale do Sinos. Hoje se fala tanto em sustentabilidade, mas aqui vimos a prática de uma importante ação que gerará bons resultados em curto e longo prazo, tanto em economia quanto em meio ambiente, dando retorno ainda maior para a cidade. Passa a ser um exemplo para a região e para o Estado”, apontou.
Entusiasta da temática, Enio Brizola chegou a propor algo ainda maior para a cidade de Novo Hamburgo. Por meio de projeto de lei, o vereador sugeria a instalação de painéis solares em prédios públicos do Município. Ele lamentou, contudo, que a matéria tenha sido aprovada pela Câmara, mas vetada integralmente pela prefeita Fátima Daudt. “O pioneirismo dessa ação simboliza um marco bem importante para a sustentabilidade, que poderá ser replicado em várias câmaras do Estado e do Brasil. Parabéns a essa decisão coletiva, construída por seu presidente, e para Campo Bom, que caminha a passos largos para o desenvolvimento. As câmaras são muitas vezes criticadas por seus gastos. Neste momento, a de Campo Bom está dando um exemplo muito grande de economicidade pro Brasil inteiro, empolgando também as empresas do município. Veja como se cria, através de um projeto desses, uma sinergia, que promove sustentabilidade e o desenvolvimento econômico”, comentou.
Pioneirismo
O secretário de Meio Ambiente de Campo Bom, João Flávio Rosa, ressaltou que 20 paradas de ônibus da cidade estão equipadas com lâmpadas abastecidas por placas fotovoltaicas. “O cenário climático atual exige a constituição de novas escolhas no estilo de vida de nossa sociedade, novas atitudes individuais e coletivas na relação com o meio natural. Essa obra sinaliza uma mudança de comportamento”, elogiou. O vice-prefeito Beto Santos colaborou afirmando que Campo Bom está no caminho certo, no que se trata da geração alternativa de energia. “Essa é uma tecnologia que já existe há muitos anos em países da Europa e que está vindo com muita força para o Brasil. Ficamos felizes que a Câmara de Campo Bom seja pioneira, atingindo 100% em captação de energia. É um investimento que se paga”, frisou.
Conforme projeção do Legislativo campo-bonense, a energia gerada, mas não consumida, poderá ser destinada ao Executivo para a realização de eventos no Largo Irmãos Vetter, praça localizada atrás do prédio da Câmara. O reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, destacou o caráter inovador da cidade e mostrou-se lisonjeado em ter em Campo Bom a sede do novo campus da instituição de ensino. “É muito importante nos nutrirmos dessas iniciativas, dessa visão de futuro. Isso é pensar em um mundo limpo, equilibrado e moderno. Isso é inovação, uma iniciativa da qual sentimos orgulho. Espero que esse evento se espalhe pelo Rio Grande do Sul, nas casas e empresas, e que possamos usufruir de um mundo mais bonito e melhor”, finalizou.