Câmara aprova criação do Dia Municipal da Preservação do Patrimônio Histórico
Nascido em 1927 no atual município de Campo Bom, Scheffel mudou-se com sua família para Hamburgo Velho aos 8 anos de idade. Foi em Novo Hamburgo que o artista recebeu as primeiras noções de pintura a óleo sobre madeira. O anseio pela evolução nos estudos o levou a Porto Alegre em 1941, quando ingressou na Escola Técnica Parobé e no Instituto de Belas Artes. Em 1950, viajou a estudo para o Rio de Janeiro, onde permaneceria por nove anos. Foi na então capital federal que o artista conquistou uma premiação que o levou à Europa. Lá, conheceu Florença, em cujas cercanias fixaria seu ateliê por décadas. Ainda assim, mesclou temporadas no Brasil, cultivando suas raízes em Novo Hamburgo.
Em 1974, durante as comemorações do sesquicentenário da imigração alemã no Rio Grande do Sul, o então prefeito Miguel Schmitz ofereceu a Scheffel um espaço a sua escolha para a instalação de um museu de arte. O prédio escolhido, construído em 1890 pelo agrimensor Adão Adolfo Schmitt, era um antigo encanto do artista plástico desde sua infância em Hamburgo Velho. Recuperada pelo arquiteto Nelson Souza, a Fundação Ernesto Frederico Scheffel foi inaugurada em 5 de novembro de 1978. Hoje, o espaço, localizado na avenida General Daltro Filho, 911, abriga um acervo de 385 obras do artista, entre pinturas, desenhos e esculturas.
Serjão usou a tribuna para agradecer o esforço dos vereadores, das comissões permanentes e dos funcionários da Casa para que o projeto tramitasse de modo a ser votado nesta segunda, 22. Ele pediu a aprovação da matéria e falou sobre a história de Scheffel.
O curador da Fundação Scheffel, Ângelo Reinheimer, também usou a tribuna para falar sobre a trajetória do homenageado. “Ele sempre teve junto a presença de amigos muitos especiais. Todo o legado dele e o patrimônio histórico vai ter um dia especial para ser lembrado e comemorado. Essa homenagem vai além de patrimônio edificado, é patrimônio cultural, que representa nossos fazeres e saberes”, disse.
Vladi Lourenço (PSDB) falou sobre a importância da arte e da cultura e citou um momento marcante de sua vida enquanto criança.
Felipe Kuhn Braun (PP) destacou o trabalho realizado pelo homenageado por todo o país. “Vai muito além de tudo o que deixou. Ele escolheu viver em Novo Hamburgo, quando teria sido mais fácil viver na Itália. Esse olhar que ele teve, de voltar para cá, para Hamburgo Velho e lutar pelo patrimônio histórico. Scheffel era um gênio, artista. E teve pessoas muito próximas que, com certeza, lhe deram força e sustentação”, apontou. O parlamentar falou em nome de Gustavo Finck (PP) e Lourdes Valim (Republicanos).
O presidente da Casa, Raizer Ferreira (PSDB), leu uma carta enviada pela procuradora do município de Novo Hamburgo Cinara Vila, destacando a importância do projeto e da trajetória do homenageado. Cinara acompanhou a sessão virtualmente.
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Considerado um dos principais nomes da arte gaúcha, Scheffel também é lembrado por Serjão como um dos grandes responsáveis pelo tombamento do centro histórico de Hamburgo Velho e pela preservação da produção cultural da cidade. “Pintor, restaurador, músico e compositor, Scheffel foi um artista de muitos talentos, capaz de reproduzir o presente e revolucionar o futuro”, descreve Serjão. Seu empenho, sua dedicação e a representatividade de sua obra levaram a Câmara a lhe agraciar com o título de Cidadão de Novo Hamburgo em 2004. Após lutar contra um câncer no final de sua vida, Scheffel faleceu em julho de 2015, aos 87 anos.
Leia na íntegra o Projeto de Lei nº 83/2021.
Confira a apresentação no link.
Assista à homenagem na sessão:
A aprovação em primeiro turno
Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.