Associação incentiva famílias a emitirem carteira de identificação para pessoas com autismo
Mãe de um jovem diagnosticado com o transtorno, Vivian lembrou que o documento foi criado por lei federal em 2020 e destacou que a adesão à iniciativa pode auxiliar o poder público a compreender a real extensão do autismo no país. Segundo a psicopedagoga, o Brasil ainda carece de estatísticas fidedignas sobre a incidência do espectro. “Este ano, a AMA NH resolveu focar sua atenção durante o Abril Azul na divulgação da Ciptea. Por meio dela, poderemos ter uma aproximação mais exata do número de autistas e suas situações, o que ajudará no desenvolvimento de políticas públicas”, salientou. A carteira pode ser expedida gratuitamente pelo site da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PcD e PcAH no RS (Faders).
No próximo sábado, 15, das 9h às 11h, a AMA NH organiza uma concentração na Praça do Imigrante com pedágio de conscientização, vivência de musicoterapia e projeto de habilidades sociais. Vivian ressaltou que toda a comunidade está convidada a acompanhar as ações e instigou as pessoas a se vestirem com a cor temática da luta pelas pessoas com TEA. “Esperamos que seja uma inundação azul”, afirmou a psicopedagoga.
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Incidência do autismo
Com atuação em Novo Hamburgo desde fevereiro de 2017, a AMA reúne amigos e voluntários com o objetivo de buscar terapias adequadas para as pessoas com o transtorno. “Além disso, temos trabalhado a conscientização da comunidade e a capacitação de pais e profissionais. Lutamos por mais e melhores políticas públicas, bem como a defesa de direitos já conquistados”, relembrou Vivian, que recuperou dados recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) sobre a incidência do transtorno. O órgão de saúde estadunidense aponta que uma a cada 36 crianças convive com o autismo.
“Se transportássemos esse número para o Brasil, onde não temos levantamentos oficiais, teríamos quase 6 milhões de autistas. É um número muito expressivo. E grande parte da população autista está dentro do nível três do espectro. São autistas severos, que não conseguirão independência ao longo de sua vida e necessitarão de grande nível de suporte. Por isso é preciso pensar também na saúde e qualidade de vida de seus cuidadores”, reforça a presidente da associação.
Vestida de azul em referência ao tema, Tita falou sobre a importância de compreender o autismo e desenvolver políticas na área. “Precisamos lutar por espaços específicos de atendimento para as pessoas com TEA e suas famílias, porque elas também devem ser acolhidas. Elas precisam estar bem para seus filhos estarem bem”, comentou a vereadora. Membro do Conselho Tutelar hamburguense, a suplente pelo MDB Andiara Zanella disse acompanhar com frequência a dificuldade enfrentada pelas famílias, principalmente quando descobrem a existência do transtorno. “As crianças com autismo têm muitas peculiaridades. E é muito difícil para as famílias trabalharem com isso se não estiverem preparadas”, finalizou.
Em 2021, Vivian concedeu entrevista ao programa Vitalidade, da TV Câmara. Confira: