Ações do TCE e práticas ambientais, sociais e de governança são temas abordados em evento sobre gerenciamento de riscos e desastres

Evento defende a construção de políticas públicas para prevenção e resposta a desastres 

A diretora da Escola do Legislativo, Maria Carolina Seitenfus Hagen, abriu a tarde de atividades. Durante o primeiro painel, o economista Roberto Tadeu de Souza Júnior, auditor de Controle Externo do TCE-RS, e atual diretor de Controle Externo, destacou as principais ações desenvolvidas pelo tribunal no enfrentamento às enchentes, enfatizando o equilíbrio entre as ações orientativas e fiscalizatórias. O painelista divulgou os manejos de curtíssimo prazo realizados pelo órgão e ressaltou a importância das cartilhas de orientação aos fiscalizados, as lives sobre os temas relacionados às enchentes, apresentou o Plano Anual de Fiscalização e o Projeto de Reestruturação – Reconstrução RS. Ele destacou que, além das cheias, as estiagens também atingiram o estado e precisaram de um olhar diferenciado no provimento de ações para contornar a situação. “Mesmo com efeitos diferentes, as causas são as mesmas: disfunções climáticas”, destacou. Roberto Tadeu de Souza Júnior também comentou sobre auditoria realizada na Defesa Civil do Estado e relatou que, embora com estrutura amadora, os profissionais são excelentes e trabalharam diuturnamente durante as cheias. “Faremos um trabalho intenso, identificando fraquezas para poder oferecer uma alternativa mais robusta para equipar de maneira efetiva este órgão”, disse. Ele salientou a importância de o TCE ter incorporado ações emergenciais que dialogaram com a gestão organizacional do tribunal construída para médio e longo prazo. O mediador do painel foi o jornalista Marcos Rolim, vice-diretor da Escola de Gestão e Controle do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). 

O segundo painel da tarde abordou a importância da ESG nas organizações e foi mediado pelo coordenador do MBA em ESG da Faculdade IENH, professor Luis Alexandre Cerveira. Ele explicou que ESG é uma sigla em inglês que significa environmental, social and governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. O termo foi cunhado em 2004 e os critérios estão relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a ONU e várias entidades internacionais. A gestora de Marketing, Relacionamento e do Programa Origem Sustentável da Assintecal, Aline Santos, que também é professora e coordenadora do MBA em ESG da IENH, falou aos participantes que o programa foi lançado em 2013 e é o único do mundo voltado à cadeia calçadista – desenhado e montado especificamente para ela. A gestora explicou que o Origem Sustentável abrange empresas de materiais e de calçados. Baseado nas melhores práticas internacionais de sustentabilidade, ele também é um guia, conta com mais de cem indicadores. “As empresas aos cumpri-los vão atingindo níveis, bronze, prata, ouro, diamante, de acordo com a maturidade de processo do seu negócio”, esclareceu. 

Paulo Ludwig, gerente industrial na empresa Bertex e aluno do curso da IENH, ajudou a implantar o Programa Origem Sustentável. “O Esg cuida, sim, da parte ambiental, social e financeira das empresas – e da governança propriamente dita. Ele serve para as empresas como uma ferramenta de gestão. Não queremos dizer que vai ser perfeito e vai ter tudo atingido, porque o planejamento estratégico é uma jornada constante. Ele deve estar presente todo o dia, na tua linha de raciocínio, para tocar um negócio. No nosso caso, em todo lançamento de coleção tem que ter um produto reciclado. Temos de levar a sério o que é feito e não apenas fazer algo para dizer que está sendo feito ou veicular na imprensa. A ética está a cima de qualquer coisa. Dá trabalho e é um investimento para as empresas se certificarem. Devemos fazer negócios que condizem com o que nossa visão, missão e valores pregam. É um norte a seguir”, exemplificou. 

Troca solidária

Durante o evento, o público que acompanhou presencialmente a atividade pôde participar de uma proposta de troca solidária. Convidadas a trazerem resíduos potencialmente recicláveis, como óleo de cozinha usado, esponjas, latas e embalagens, as pessoas poderão levar para suas casas mudas de chás, temperos e plantas ornamentais. A iniciativa teve o apoio do Centro de Educação Ambiental Ernest Sarlet, espaço pedagógico mantido pela Prefeitura no bairro Lomba Grande. 

O evento foi uma construção coletiva entre a Escola do Legislativo de Novo Hamburgo, a Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e de Contas (Abel), a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), a Cooperativa de Trabalho e Renda Univale, a Escola do Legislativo de Uruguaiana, a Faculdade IENH, a Ftec Faculdades, o Instituto de Estudos em Governança e Gestão na Administração Pública (Ieggap), o Movimento Nacional ODS Rio Grande do Sul e o Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS).

Assista na íntegra aos painéis do turno da tarde: