Um pouco de arte para os que andam na linha
Na minha infância, aprendi que fazer arte e andar na linha eram duas coisas incompatíveis e confesso que foram muitos anos até compreender o porquê disso tudo. Aprendemos que andar na linha é como um trem, que não deve e não pode sair dos trilhos, caso contrário causa um desastre. Assim, o trem, por andar na linha, cumpre os horários, não provoca engarrafamentos e garante uma viagem segura. Fazer arte, na minha infância, era exatamente o contrário, transgredir regras, fazer diferente, não seguir os padrões estabelecidos. No primeiro caso, temos a segurança do que é padronizado, no segundo, a criatividade, o diferente, o novo.
A Estação da Música é exatamente isso, um momento para aqueles que andam na linha, seguem os padrões, correm para casa, para o trabalho, para a aula, para os braços da amada, correm... Pára! Isto mesmo, se quebra uma rotina estabelecida para: parar um instante, parar uns minutos ou parar durante toda a apresentação e fruir da beleza da arte que se apresenta num espaço um tanto inusitado, onde os sons do dia a dia se misturam com o canto coral. Gente grande fazendo arte.