- Sociedade Ginástica é declarada patrimônio de Novo Hamburgo

por melissa — última modificação 16/10/2020 20h03
14/06/2012 – O Projeto de Lei nº 47/2012, de autoria do vice-presidente Ricardo Ritter – Ica (PDT), foi aprovado em segundo turno por unanimidade nesta quinta-feira, 14.

A proposta declara a Sociedade Ginástica patrimônio histórico e cultural imaterial de Novo Hamburgo e autoriza o Executivo a adotar as medidas administrativas próprias visando ao tombamento da entidade.

Tradição

“Há 118 anos, no dia 11 de julho, foi fundado um clube com o objetivo de oferecer um local para a prática de ginástica e o convívio familiar. Desde então essa tradição vem se mantendo. Hoje, ele conta com mais de 9 mil associados”, destacou o gestor executivo da Sociedade Ginástica, Marcos Bock, que acompanhou a votação no plenário. Ele foi convidado por Ica a dar um depoimento sobre a importância da entidade na tribuna e agradeceu os vereadores pela iniciativa. “É uma decisão histórica, que vai fazer diferença na comunidade.”

 

Planos para o futuro

Bock também destacou que a entidade, em breve, deve abrir suas portas para uma escola de teatro. “Queremos ter um grupo tão forme como o Tholl de Pelotas.” Ele lembrou também que uma reserva ecológica de 84 hectares é mantida pela Sociedade Ginástica em Nova Hartz. “O objetivo é fazer o mesmo em Novo Hamburgo.”


Justificativas de voto

Ica reiterou que sua proposta não representará perdas em arrecadação para o Município. Ele frisou ainda que a Sociedade Ginástica mantém suas portas abertas a todos os cidadãos. Raul Cassel (PMDB) destacou que a aprovação do projeto de lei significa um reconhecimento por parte de todos os hamburguenses. “Com essa medida, o clube poderá ser referência para todo o Estado e País.” Anita Lucas de Oliveira (PT) também apontou que a iniciativa é histórica. Gerson Peteffi (PSDB) disse estar muito orgulhoso por fazer parte da história da Sociedade Ginástica. “Espero que meus netos e bisnetos também possam usufruir.”


História

A Veterana, como é popularmente conhecida, foi fundada em 11 de julho de 1894. Sua primeira sede localizava-se na rua 15 de novembro, atualmente Joaquim Nabuco. Em 1910, durante o mandato de Pedro Adams Filho, foi comprada uma área na rua General Neto, onde foi construída a primeira sede própria, inaugurada em 28 de abril de 1912. Foi a partir desse período que se iniciou, de fato, o desenvolvimento do esporte, especialmente ginástica em aparelhos, como barra fixa, cavalos e argolas.

No dia 20 de setembro de 1915, foi fundado o Grupo de Bolão Novo Hamburgo, hoje Grupo de Bolão Floriano, podendo ser considerado o mais antigo do Brasil. Em 1919, foi fundado o time feminino, o Grupo de Bolão das Margaridas, também considerado pioneiro. Em seguida, foi comprada uma faixa de terra, hoje localizada entre a BR-116 até a rua 25 de julho, para a criação de um clube de tênis. Em 1959, sobre uma parte dessa área iniciou-se um dos mais belos e maiores parques aquáticos do interior do Estado.


Ações sociais

A Sociedade Ginástica oferece uma série de projetos para a comunidade, como Handebol nas Escolas e Ginástica Comunidade – Formando o Cidadão do Amanhã, para alunos da rede pública; Parceria Guarda Municipal / Brigada Militar / Bombeiros, de qualificação profissional; Punhobol nas Escolas, através do qual são qualificando professores para difundir esse esporte na cidade; e oficinas de dança, ginástica, câmbio, artesanato, música, violão, atletismo e capoeira.

 

Para o projeto virar lei

Para que um projeto se torne lei depois de aprovado em segunda votação, ele deve ser encaminhado à Prefeitura, onde poderá ser sancionado e promulgado (assinado) pelo prefeito. Em seguida, o texto deve ser publicado, para que todos saibam do novo regramento. Se o documento não receber a sanção no prazo legal, que é de 15 dias, volta para a Câmara, que irá fazer a promulgação e ordenar a publicação. Quando isso ocorre, é dito que houve a sanção tácita por parte do prefeito.

Há ainda a possibilidade de o projeto ser vetado (rejeitado) pelo prefeito. Nesse caso, o veto é analisado pelos vereadores, que podem acatá-lo, e então o projeto não se tornará lei, ou derrubá-lo, quando também a proposta será promulgada e publicada pela Câmara.

 

Leia o PL nº 47 na íntegra aqui