Situação do setor calçadista é abordada na abertura da Fimec

por mairakiefer — última modificação 16/10/2020 20h03
21/03/2012 - Dois sentimentos contraditórios marcaram a abertura oficial da 36ª Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (Fimec), realizada no final da tarde de terça, dia 20. De um lado, empresários revelaram cautela com o crescente processo de desindustrialização do País. De outro, dirigentes políticos mostraram entusiasmo e expectativa na recuperação do setor, destacando o prestígio internacional do Brasil e a sintonia do governo federal com as reivindicações gaúchas.

Além do ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, do governador Tarso Genro, e do prefeito Tarcísio Zimmermann, estiveram presentes ao evento Gilberto Koch (PT), presidente do Legislativo, Ricardo Ritter-Ica (PDT), vice, Matias Martins (PT), líder da situação, e Raul Cassel (PMDB), líder da oposição, Ito Luciano (PMDB) e Jesus Maciel (PTB). Também compareceram os integrantes da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Calçadista: Antonio Lucas (PDT) (presidente), Sergio Hanich – Serjão (PMDB), Volnei Campagnoni (PCdoB) e Leonardo Hoff (PP).

IMG_3207-1.jpg“Essa feira é o maior evento do Brasil nesse segmento de máquinas. Em cada edição, percebe-se o crescimento da automação no processo produtivo. Por isso, deve haver investimento em novas tecnologias. Não podemos deixar morrer o setor coureiro-calçadista”, disse Betinho em entrevista à TV Câmara.

Dentre as autoridades que discursaram no evento, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Marlos Schmidt, foi o que descreveu com mais cautela o cenário atual: “Vivemos momentos difíceis e de ansiedade no setor industrial”.

Ele lembrou os problemas que o processo de desindustrialização acarretam, assim como os impactos do câmbio desfavorável. Para o governo federal, passou o recado de que o segmento quer soluções ágeis e flexibilidade. Schmidt parabenizou a Fenac por atender aos anseios dos expositores. Em 2012, o evento ocorre em março, três semanas antes das outras edições. A mudança acontece por solicitação dos participantes.

FENAC DO FUTURO

IMG_3175-1.jpgElisir Desiam, diretor-presidente da Fenac, aproveitou a oportunidade para apresentar ao governador projeto de modernização da S.A, batizado de Fenac do Futuro. Durante a solenidade, foi exibido vídeo no qual foi explicado o anteprojeto do empreendimento, que será realizado após licitação com edital público. A proposta inclui novos pavilhões, auditórios, parque público, torre hoteleira, torre corporativa, centro de conferência com 800 lugares e shopping.

IMG_3160-1.jpgO governador Tarso Genro falou sobre a necessidade de se reforçar investimentos, mencionando inclusive a possibilidade de apoio ao Projeto Fenac do Futuro. Com essas novas condições econômicas do País, de acordo com Tarso, com juros caindo, devem ser revisados contratos de dívidas do Estado com o governo federal. “E quem sabe construir esse novo projeto”, disse. Segundo ele, o Estado vai voltar sua atenção para a base produtiva histórica do Rio Grande do Sul, citando o setor arrozeiro, moveleiro, metal-mecânico e calçadista. Destacou as iniciativas como o Programa de Fortalecimento das Cadeias Produtivas e os Arranjos Produtivos Locais (APLs), que tiveram lançamento de edital para escolha de projetos nesta terça. O governador não deixou de lado um tema crucial para os empresários calçadistas. A questão da triangulação foi abordada como prática desleal que transgride regra amparadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Para ele, talvez fosse necessário a adoção de uma política de cotas.

Em seu discurso, o prefeito Tarcísio Zimmermann explicou que a indústria calçadista é uma das mais importantes do ponto de vista do emprego, mesmo que eventualmente não seja a mais forte em incremento ao Produto Interno Bruto (PIB). Mencionou a capacidade e a competência dos empresários do setor para reinventar, adaptando-se às adversidades.

IMG_3170-1.jpgO ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, afirmou que o governo federal está disposto a apoiar o desenvolvimento do complexo calçadista. Ele ressaltou também a importância do aquecimento do mercado interno para a recuperação do segmento.

REPRESENTANTES

Participaram também da abertura oficial da Fimec o presidente do IBTeC, Rui Guerreiro; o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich; o presidente da Assintecal, Oseias Schroeder; a presidente da ABQTIC, Regina Teixeira; o presidente da ACI-NH/CB/EV, Marcelo Clark Alves; o presidente da Abeca, Valdemar da Silva; o presidente da AICSul, Moacir Berger; o reitor da Universidade Feevale, Ramon Fernando da Cunha; e o representante da Câmara dos Deputados, Ronaldo Zülke.