27/04/2010 - Secretário da Leme pede ajuda para a associação

por mairakiefer — última modificação 16/10/2020 20h03
Entidade presta serviços gratuitos a lesados medulares

Leme_27_04_2010Membros da diretoria da Associação dos Lesados Medulares do Rio Grande do Sul (Leme) participaram da sessão desta terça-feira, 27, para relatar as dificuldades que vêm enfrentando e pedir ajuda dos legisladores – especialmente para a aquisição de uma sede própria.

O secretário-executivo, Maurício Fleck, afirmou que hoje há um cadastro com 161 pessoas com deficiências diversas. "A lesão medular se dá geralmente com pessoas que sofreram acidentes de trânsito e armas de fogo, entre outros. A Leme foi fundada há quase duas décadas por um grupo de cadeirantes para troca de informações sobre o assunto", contou. "Agora, prestamos vários atendimentos em fisioterapia, psicologia, e ainda na qualificação e no convívio social"

O diretor financeiro, Jorceno Basso, apontou que a diretoria sempre buscou prestar serviços sem cobrar nada – o que ocorre até hoje. "A lesão medular é uma deficiência física até o momento de rara recuperação. Assim, as pessoas precisam de tratamento permanente. A demanda vai aumentando e, consequentemente, os custos."

Equipamentos parados
Basso lembrou que a Câmara já facilitou a doação de uma quantia em dinheiro, o que possibilitou a compra de vários equipamentos. "Mas eles estão parados. Precisamos de mais recursos para ampliar os horários de fisioterapia." Segundo ele, são repassados, mensalmente, R$ 2 mil pela Prefeitura, enquanto os custos neste período chegam a R$ 5 mil. A diferença é paga por meio da realização de eventos, de bingos e de doações. "Porém, isso não é o suficiente. Estamos buscando outras fontes." Atualmente, salientou, 20% das despesas são relacionadas ao aluguel da sede. "Uma das formas de reduzir os custos seria receber um imóvel. Isso iria nos ajudar bastante."

Trabalho integrado
O diretor de assistência social, Marco Aurélio Mossmann, apontou que, além da necessidade de fisioterapia, os lesados enfrentam problemas como falta de acessibilidade e de oportunidades no mercado de trabalho. Por isso, as ações tiveram que ser expandidas. Ele reiteirou a necessidade de aquisição de um prédio próprio, pois são necessárias várias adaptações.

Um dos fundadores, Luciano Mallmann, reafirmou que os lesados tiveram uma vida normal até o momento da lesão. "Mas temos que estar preparados para continuar a vida. Por isso, surgiu a Leme, para ajudar a superar as dificuldades." Ele frisou que há um projeto de autossuficiência, mas que ainda não tem como ser posto em prática. "Peço que os vereadores nos visitem. Com o trabalho que realizamos, não acredito ser um demérito pedir este auxílio. Nós não negamos atentimento a ninguém."

Importância
Raul Cassel (PMDB), autor do convite para os membros da Leme falarem na sessão, salientou que fez esse pedido pela importância do trabalho e pela grande representaividade da Leme.

Ricardo Ritter – Ica (PDT) disse conhecer a entidade e reconhecer o trabalho que realiza. Ele sugeriu aos colegas o envio ao Executivo de uma indicação para o aumento da quantia repassada à instituição. Volnei Campagnoni (PCdoB) propôs a doação de um prédio do Município que está abandonado. "Os vereadores poderiam juntar forças e pedir à prefeitura a doação ou, ao menos, a permissão do uso." O presidente em exercício, Sergio Hanich (PMDB), disse estar disponível para o que for preciso.

A Leme foi criada para promover a difusão e o desenvolvimento da assistência social, reabilitação e integração na vida social e no mercado de trabalho dos portadores de lesão medular. É uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1º de novembro de 2002, possuindo hoje mais de 80 associados. Atualmente, a Leme é referência em todo o Estado.

27/04/2010