- Secretária de Saúde faz balanço dos últimos três anos
Clarita de Souza apresentou os números relativos ao período e falou ainda sobre os desafios superados e aqueles ainda por superar. A partir de sexta-feira, Florizeu Campos, atual Diretor da Saúde, estará à frente da pasta.
Clarita começou apresentando a situação da pasta em 2009. Na época, havia 15 unidades básicas, oito unidades especializadas e uma unidade de pronto atendimento (UPA); o Hospital Municipal, que contava com 190 leitos, todos atendendo pelo SUS, estava superlotado; a cobertura vacinal era insuficiente e a força de trabalho, precária. “A rede era insuficiente”, disse.
Segundo a secretária, a substituição dos 1.225 trabalhadores terceirizados – o que representou R$ 12 milhões em rescisões – foi um dos maiores desafios enfrentados no período em que comandou a pasta. Também foi assumida a gestão plena e implantada a estratégia de saúde da família. A mortalidade infantil tem sido reduzida, mas ainda é preciso trabalhar neste sentido, afirmou. Em 2008, o índice foi de 16,42/mil nascimentos; em 2009, 8,88/mil; em 2010, 14,23/mil; e em 2011, 11,23/mil. Ela ainda destacou a informatização da rede, que deve ser concluída em breve. Outros focos de trabalho são melhorias na infraestrutura das unidades e a conclusão das obras do Hospital Municipal.
Atualmente, há 12 equipes de saúde da família, e em breve serão 19, disse Clarita. Além disso, estão garantidas as verbas para a construção de mais nove unidades básicas. Em 2010, foi inaugurada a unidade de pronto-atendimento de Canudos, e há o projeto de uma outra, para o Centro, que contará com centros de especialidades odontológicas e médicas. E em 2011, as metas de vacinação foram alcançadas, garantiu.
Os recursos devolvidos pela Câmara ao Executivo após a gestão de 2010 foram utilizados conforme a sugestão dos vereadores, ou seja, na compra de duas novas ambulâncias e na aquisição de equipamentos, disse a secretária. Entre as novidades, ela também citou o projeto SUS em Casa, que em 2011 atendeu 403 pacientes, a licitação para exames de ressonância magnética e o contrato, com o Hospital Getúlio Vargas de Sapiranga, para realização de tomografias computadorizadas.
Questionamentos
Daniel Schokal (PSDB) perguntou sobre o estado de conservação das ambulâncias e se haverá médicos para atender aos pacientes quando as obras no hospital estiverem prontas. Clarita disse que as ambulâncias estavam em mau estado, mas que os problemas já foram solucionados. E que os novos leitos irão substituir as macas que estão sendo utilizadas – ou seja, não será ampliada a capacidade. Por isso, não serão necessárias novas equipes. “O que precisamos é de mais equipes de saúde da família e unidades básicas”, concluiu.
Júlio Anápio (PSDB), suplente que está no lugar de Leonardo Hoff (PP), disse ouvir reclamações de demora no atendimento. Sergio Hanich (PMDB) destacou a impossibilidade de se realizar cirurgias eletivas e certos exames em Novo Hamburgo. Volnei Campagnoni (PCdoB) perguntou se haverá mutirão de traumatologia, disse acreditar que o Samu está sendo mal administrada e que a comunidade não entende ainda a distribuição de funções entre a unidade básica da Vila Iguaçu e as equipes de saúde da família, além da distribuição de apenas oito fichas de atendimento – reclamação feita na sessão comunitária realizada ontem. Matias Martins (PT) sugeriu que a secretaria de Saúde tenha sede própria.
Clarita explicou que a estratégia da saúde da família é diferente, voltada ao dia a dia, principalmente ao atendimento de diabéticos, hipertensos, grávidas. Sobre a Central de Regulação e o Samu, salientou que a administração é determinada pelo Ministério da Saúde e pela secretaria estadual. Ela adiantou que, segundo informações do Estado, a previsão é de que comecem a funcionar sete centrais de regulação. Ela disse que, muitas vezes, as cirurgias eletivas não ocorrem por falta de vagas no hospital. Como a principal demanda são procedimentos de varizes e vesícula, deverá ser feito um mutirão nos fins de semana com foco nesses casos.
Ricardo Ritter – Ica (PDT) disse que há também uma grande necessidade de cirurgias para pedras nos rins, e pediu que fossem incluídas no mutirão. Por fim, Alex Rönnau (PT) e Gilberto Koch (PT) elogiaram a atuação da secretária, que está deixando o cargo.