Representantes do Ipasem e do Grêmio Sindicato debatem gestão do Instituto de Previdência

por danielesouza — última modificação 16/10/2020 20h03
14/09/2015 – A convite do vereador Gerson Peteffi (PSDB), a diretora-presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais – Ipasem, Eneida Genehr, e o presidente do Grêmio Sindicato dos Funcionários Municipais – GFSM, Carlos Moyano, participaram da sessão desta segunda, 14, para esclarecer divergências das duas entidades quanto à gestão previdenciária do Município.

Moyano afirmou que em um primeiro momento pensou em não participar da sessão, pois não teria as informações necessárias para rebater os dados apresentados pelo Ipasem NH. “Como representante do sindicato, nós temos sim preocupação em relação ao instituto. Por isso, precisamos dessas informações por meio dos membros indicados para o conselho deliberativo.” De acordo com o sindicalista, o assunto não precisava ter essa dimensão pública. “O que se tem hoje é uma queda de braço. O que está em jogo é a nossa aposentadoria. Queremos que todos os servidores tenham acesso às informações. E é nosso dever fiscalizar.”

O sindicalista relatou algumas questões que estão sendo investigadas por meio de sindicância. Outro fato preocupante, segundo ele, é o Certificado de Regularidade Previdenciária – CRP, que ainda não foi liberado. Ele explicou que houve uma assembleia bastante tumultuada, mas resolveram acatar o pedido dos servidores pela saída dos representantes do GFSM. Não há nada que desabone os indicados. Somos colegas, acima de tudo, e temos que ter postura para esclarecer as coisas da melhor maneira. “Precisamos sanar os equívocos e ter a certeza de que tudo está ocorrendo da maneira correta.” Moyano reclamou da falta de diálogo com o Executivo que, segundo ele, sequer tem recebido os representantes do funcionalismo.

Eneida rebateu as críticas do sindicato, as quais definem a gestão do instituto como uma “caixa preta.” Em relação, ao diretor administrativo, Geraldo Araújo, ela mostrou um documento assinado pelos conselheiros que comprovam a nomeação dele ao cargo. O vereador Lucas criticou a declaração de Eneida, afirmando que o diretor só foi reconduzido por pressão da administração. Ela disse que existem diversas atas que apoiam a gestão dela e do diretor Araújo e lhe causa surpresa que somente no momento da sua recondução ao cargo veio à tona a preocupação dos conselheiros em relação à administração. Ela relatou uma série de episódios nos quais os conselheiros fizeram acusações à diretoria do instituto, mas que não foram pessoalmente ouvir suas explicações. Falou sobre uma manifestação dos servidores em frente à sede do instituto, pedindo a permanência da atual diretoria. “Diferente do Grêmio, o SindProfNH esteve diversas vezes no Ipasem solicitando esclarecimentos.” Eneida afirmou que os repasses da prefeitura já estão em dia. E apresentou ainda a ata de uma reunião de 2014, que trata da questão de uma ex-servidora que utilizou a assistência para que o marido fizesse uma cirurgia cardíaca após o seu desligamento do quadro.

Segundo ela, as irregularidades que impediram a renovação do CRP são atribuídas à Prefeitura e não ao instituto. Destacou, porém, que o prefeito Luís Lauermann teve cautela e não foi à imprensa expôr as gestões anteriores, que também têm apontamentos de irregularidades. A dirigente criticou a posição do GFSM, que estaria pressionando o Executivo para obtenção do CRP. “Entre os apontamentos que estão impedindo a renovação desse documento, está a retirada de benefícios como Função Gratificada, Adicional de Dedicação Plena e Risco de Vida incorporada à aposentadoria dos servidores. Estamos lutando para que isso não ocorra.” Ela parabenizou o vereador Peteffi, que foi pessoalmente buscar informações no instituto. Destacou também o projeto do vereador Serjão, que ampliou o período de licença das servidores que tiverem aborto espontâneo ou perda de filho recém-nascido.

Por fim, a diretora-presidente ressaltou que, apesar da crise, o valor da assistência em 2015 foi ampliado de R$ 41 milhões em janeiro para R$ 49 milhões no mês de agosto, e o da previdência aumentou de R$ 253 milhões para R$ 267 milhões no mesmo período. Respondendo ao questionamento do presidente do GSFM, ela disse acreditar que a destituição dos conselheiros, deve-se ao respeito dos servidores em relação à administração da entidade. “O Ipasem é a menina dos olhos do funcionalismo. Cuidamos da vida de dez mil pessoas, entre servidores e dependentes.”


Fala dos Vereadores

Antonio Lucas (PDT) explicou que, por lei, o Grêmio tinha direito de indicar cinco conselheiros. Patrícia Beck (PTB) questionou o fato dos conselheiros ter sido destituídos. A vereadora afirmou que, se uma falta justificaria a saída dos conselheiros, a não vinda do Prefeito, convidado para comparecer à Câmara para prestar esclarecimentos, também deveria ter sanções. Peteffi questionou as afirmações de integrantes do sindicato à reportagem do Jornal NH sobre problemas atribuídos à gestão do Ipasem.

Sergio Hanich (PMDB) relatou o desencontro de informações oriundas do Grêmio e do Ipasem. Na visão de Raul Cassel (PMDB), a política está interferindo nas relações entre as duas entidades. Fufa Azevedo (PT) frisou que a política é fundamental e deve permear essas instituições. Lucas disse que todo esse mal entendido começou quando o Grêmio tentou cumprir a lei e indicar o diretor, que sempre assumiu por sugestão da entidade.

Fala dos conselheiros

A conselheira Carla Bezerra ressaltou que o Grêmio tem, sim, lutado por melhorias para os servidores e tem buscado a regularidade do CRP junto ao Executivo. Ela questionou alguns documentos apresentados pela diretora Eneida, informando que eles não passaram pelo Conselho Deliberativo. “Parece que as coisas se inverteram. Queremos respostas."

Júlio Anápio, integrante eleito do Conselho Deliberativo, explicou que por lei a assembleia é soberana. “A mesma preocupação que o Grêmio tem com o Ipasem, eu também tenho. Se houver algum problema, serei o primeiro a alertar.”