Representantes da comunidade e educadores falam sobre a paralisação
Segundo Andreza, os professores lamentam o fato de não conseguirem falar com o prefeito sobre a pauta de reivindicações, que é bastante ampla. “Depois de 28 dias de greve, de que forma vamos voltar aos nossos locais de trabalho, fazendo o serviço daqueles que não existem? Enquanto não há segurança? Quando a fiação elétrica tem problemas, há vazamento de gás e infestação de ratos?”, questionou.
Ana Maria Damin disse que acompanhou, recentemente, uma amiga professora na compra de brinquedos para os alunos. Ela tinha R$ 200, e ficou feliz por poder dar essa alegria aos pequenos. “Esse dinheiro não foi dado pela prefeitura, mas fruto de um sábado suado vendendo meio frango na escola.” Ela ponderou que essa professora simboliza toda a classe, que foi humilhada com uma reposição irrisória.
A professora Lenira Brisch disse estar com saudade de dar aula, e leu uma passagem bíblica e o poema “Operário em construção”, de Vinicius de Moraes. Patrícia Büller, também professora, frisou que a profissão demanda sacrifícios imensos. “Eu vi os meus pais abrirem mão de muitas coisas para que eu pudesse realizar o sonho de estudar. O meu salário não é um prêmio. E eu ainda destino uma grande parte para fazer um trabalho diferenciado na sala de aula. E é impossível calcular as horas que um professor trabalha sem receber.” Por fim, ela leu trechos do poema “Os Estatutos do Homem”, de Thiago de Mello.
Após as falas, o presidente da Casa, Enfermeiro Vilmar (PR), disse que buscará informação sobre os problemas estruturais em todas as escolas e, depois, reivindicará soluções ao lado de todos os vereadores. Ele apontou que buscará devolver verbas ao Executivo para que sejam investidas em melhorias nos prédios.