Problemas no transporte coletivo hamburguense são o tema de debate na noite desta quinta
Na mesa estavam Humberto Fernandes, Gestor Técnico em Transportes na Prefeitura, o coordenador do Fórum Municipal dos Conselhos de Direitos e de Políticas de Novo Hamburgo, Cláudio Schaab, Glacira Silva, integrante do fórum, e Nei Luis Sarmento, procurador do PSDB. Coller abriu os trabalhos e destacou que muitos hamburguenses têm dúvidas sobre a situação do transporte público na cidade.
Schaab foi o primeiro a se pronunciar e frisou que, entre as demandas da entidade, destacam-se transporte de qualidade e acessível a todos, além da passagem integrada. Ainda falta integração entre o trem e os ônibus e entre linhas de bairros diferentes, além de climatização e películas nos vidros. “Os horários não são respeitados – e são poucos.” Outros problemas listados foram a lentidão do equipamento de leitura de cartão e a falta de troco. Por fim, ele afirmou que a situação jurídica do transporte público hamburguense é ilegal. O coordenador do fórum salientou que a pauta foi instigada pelo Conselho Municipal da Juventude.
Fernandes, que é responsável pelo cálculo tarifário, disse concordar com muitas das colocações feitas por Schaab. “O modelo do transporte em Novo Hamburgo está defasado, a cidade cresceu muito. Temos 194 ônibus em 68 linhas para atender a demanda de mais de um milhão de passageiros por mês.” Ele salientou que o projeto de reestruturação já está concluído, e prevê a ampliação da oferta, a integração, a aplicação da bilhetagem eletrônica e o reconhecimento facial para as isenções. “Hoje, muitas pessoas usam os cartões de forma irregular.”
Segundo Fernandes, entre as novidades estão as linhas transversais, que devem ligar diferentes bairros, além de linhas diretas para o Centro. Sobre a bilhetagem eletrônica, ele disse que existe uma tecnologia que não necessita de contato e que se conecta a vários sistemas distintos. “Essa leitura é uma questão de milésimos de segundos.” A compra de créditos poderá ser feta por internet. Também deverá ser possível pesquisar online a localização das linhas acessíveis.
Glacira, secretária do Fórum dos Conselhos, falou sobre uma ação civil pública contra o Município devido à ilegalidade nos contratos com empresas de transportes, pois as duas últimas licitações foram canceladas.
Falas dos vereadores
Sergio Hanich (PMDB) disse que há anos os hamburguenses esperam pela licitação, pois somente assim as empresas terão segurança para investir na frota. “Isso tem de sair do papel. Também temos de pensar na mobilidade como um todo, não temos uma sinaleira sincronizada, por exemplo.” Enio Brizola (PT) ressaltou que os hamburguenses enfrentam há anos problemas no transporte público. “Não sei o que acontece que a gente não consegue colocar na rua um edital.”
Patrícia Beck (PPS) apontou que, em 2013, indicou ao Executivo a criação de um fundo para o transporte público. Ela também disse sentir-se perplexa pela incapacidade do Município de realizar a licitação, e questionou quanto custará a implantação do projeto de reestruturação.
Participação do público e colocações finais
Vários participantes fizeram questionamentos e apresentaram demandas, como o passe livre para estudantes e a realização de audiências anuais sobre o tema. Após, Nei Luis Sarmento, procurador do PSDB, disse que levará as colocações à prefeita eleita, Fátima Daudt. Patrícia e Serjão afirmaram que enviarão um ofício à Prefeitura pedindo dados sobre os valores para a elaboração e a execução do projeto, entre outras informações. “Vamos também pedir a presença do secretário e do procurador do Município”, disse o peemedebista.
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